....Esta história aconteceu há duas semanas e ainda é motivo de gargalhadas entre eu e minha grande amiga
Camila. Estava apreensiva em contá-la aqui no blog por motivos de credibilidade, ahahahahahhaahha. Mas se não acreditarem, temos o poste de testemunha.
....Quarta-feira. Onze da noite. Saímos, após duas latinhas de cerveja, para dar uma volta a pé até o centro da cidade. Tinha janta dos amigos da mãe da Camila e, questionadas sobre o que faríamos a essas horas no centro, respondemos que arranjaríamos uns gatinhos para nós. Diz o provérbio que a boca fala e cú paga, não é? Pois então. Na primeira esquina, um velho quase bate o carro olhando para nós.
- Putz....um velho!
- Urg
....Continuamos a caminhada. Próximo a um posto de gasolina, um motorista de caminhão barrigudo buzina e grita “gostoooooosas” pra gente.
- Tá melhorando
- óh
....Paramos no posto para abastecer a barriga de ceva. Mais uma latinha. Não deu outra. Uns gatinhos dentro de uma parati passaram abanando e soltando gracinhas.
- Tá melhorando, é gatinho
- Ou a cerveja tá fazendo efeito e a gente tá enxergando a vida melhor
....Uma blazer passa e um charmosão sai da janela para nos cumprimentar.
- Õ...velho, caminhão, parati e agora blazer....daqui a pouco um mercedão pára com um troglodita!
- Vamos parar de beber...
....Na volta, um carro passa e pára para falar com a gente. Dois gatinhos (nem tão gatinhos). Como somos mulheres muito difíceis, nem olhamos. Fizeram a volta na quadra. Quando vi eles parando tentei ficar séria mas não consegui...comecei a rir da cara de pau dos babacas. A Cami também se estourava em risos quando o cara, bem sério, pergunta:
- Por favor, me dá uma informação? Pra onde vocês tão indo?
....Eu pensei que esta era a pior cantada que já tinha escutado, mas na mesma noite, ouvi uma pior. O que não esperávamos era que os dois caras ainda passariam duas vezes por nós, fazendo voltas na quadra. Devido à insistência dos meninos, bolei um plano com a Camila para nos livrarmos deles. Corremos até uma agência da Caixa Federal.
- Putz....os arbustos são baixos, eles vão nos ver
- O poste
- O que?
- O poste, lá, vamos!
....Ahahahahhahahaha. Nos escondemos atrás de um poste. A Cami, encolhida atrás de mim: “Elise, é óbvio que eles vão nos ver. Olha o nosso tamanho e o tamanho do poste!”. - “Cala a boca, Camila que eles tão vindo”. Foi a cena mais ridícula da minha vida. A gente, juntinhas, contornando o poste enquanto eles passavam, admirados por não terem nos encontrado e olhando freneticamente para os lados.
- Enganamos eles!
- Babacas...
- Não acredito nisso...atrás de um poste!
- Não conta pra ninguém, pelamordedeus
- Pode deixar (blog, blog, blog, blog)
....Aliviadas e com a certeza de que nada mais poderia acontecer naquela noite, pára um carro cheio de homens (por deus que tinha uns 10 lá dentro) e educadamente, o rapaz pede:
- Por favor moças, me dêem uma informação?
....Como o cara foi educado, a gente achou muito sem noção virarmos as costas e eu respondi:
- claro
- Como fazemos para chegar no seu coração?
....Ahahahahahahahha. O tiro de misericórdia. Fomos rindo até em casa. Tivemos de fazer várias pausas para contrair o abdômem a fim de não mijar nas calças. E o melhor de tudo: no caminho, encontramos o Marcos e o Bocão, dois amigos gatíssimos que temos e os levamos para casa. Que moral, hein? Sair para caçar e achar dois gatinhos na rua, depois de levar várias cantadas. Os amigos da mãe da Cami ficaram impressionados. Eu ainda soltei a máxima, antes de confessar que os deuses gregos eram apenas nossos amigos:
- competência é competência.
....Bem, acredito que eu e a Cami já temos histórias para um mini livro. Quero ver a gente em SP no show do U2...aguardem, vocês não sabem do que duas mulheres ruivas são capazes de fazer.