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31 março 2006

Sem Salvação também é cultura

30/03/2006 - 10h02
Ex-preso pede indenização por excesso de prazer sexual na prisão


Varsóvia, 30 mar (EFE).- Um ex-detento do presídio de Czarne, no noroeste da Polônia, pedirá ao Estado uma indenização por ter tido muitos orgasmos durante o cumprimento de sua pena, informa hoje a agência "PAP".

O homem afirma que durante anos fabricou lajes de concreto com uma máquina que provocava grandes vibrações, e que tinha que apertá-la contra o abdômen para manter o controle sobre ela.

"As vibrações provocavam uma ejaculação a cada 30 ou 40 minutos, com o correspondente orgasmo, só que agora estou estéril, porque não tenho mais esperma", disse o ex-preso na carta enviada ao chefe da prisão, o tenente-coronel Franciszek Tarasewicz, segundo a agência.

"O caso me surpreendeu muito, mas trato com absoluta seriedade, porque tudo é possível", comentou Tarasewicz, com quem o ex-preso quer se reunir para expor seu problema.

Tarasewicz informou sobre o caso a seus superiores, porque, se as reclamações do ex-detento forem comprovadas, seu pedido de indenização, por mais estranho que pareça, pode ser justificado, já que durante o cumprimento da pena sofreu uma grave perda de faculdades.

30 março 2006

discursinho de bêbado de boteco

Algumas conquistas não são comemoradas. Talvez porque o tempo deu a elas menos importância. Talvez porque os valores mudaram – e mudam a cada milésimo de segundo. Talvez porque outras conquistas maiores vieram. Talvez porque o fim do caminho mudou. Tenho medo de me prender em pequenas conquistas. Quero minhas asas livres para voar. Por isso não olho para minhas amarras...deixo elas ali, quietinhas e finjo que não são minhas. Meço conquistas pelo tamanho das asas delas. Este poderia ser meu epitáfio.

...Voltando agora aos bêbados de boteco. Fico puta da cara quando alguém vem apontar o dedo no teu nariz dizendo que o que tu faz é errado. Oras, o nariz é meu. E é um grande nariz, diga-se de passagem. Se eu quero morrer virgem, dar pra todo mundo, beber até cair, virar anjo, dançar funk, ouvir samba: o nariz é meu. E foda-se quem gosta. E foda-se o porteiro. Os amigos dos amigos. A vizinha da frente. Todo mundo tem que se foder. Aliás, é uma boa solução. As pessoas são muito chatas, eu não quero mais ficar aqui. Parem o mundo que eu quero descer.

....Na vitrola: Anunciação – Alceu Valença.

29 março 2006

Eu quero minha mãe!

- Na outra semana é meu aniversário...

- Já? Minha filhota com 24, hein?

- É 25, mãe.

- Já? Nossa. Tá na hora de casar e me dar netos. Essa tua vida não tá certa. Tu já tá quase com 30 e nem tem namorado! Eu quero netos!

- Tu tem um papagaio, uma gata e um cachorro. Não precisas de neto. Qq coisa, reclama com deus.

28 março 2006

O Homem-Baile pediu....

(Um texto do Homem-Baile)

Apesar de esculhambado em meu próprio blog pela Elise-Malvada, volto aqui imbuído do maior espírito de vinganç... digo, de colaboração. Vamos então ao que interessa!


Uma das coisas mais divertidas que já observei em minhas andanças pelo Brasil é o sotaque de cada região. Normalmente, com meia dúzia de expressões consegue-se simular a fala praticada no lugar.

Em Alagoas, o povão fala igual ao seu Creysson ("otcho", e não "oito"). Em Minas, incorpora-se um "uai" no começo ou no fim da fala, mais a expressão genérica e multifuncional "trem" e pronto, fala-se como um autêntico mineiro. No Rio, puxam-se os esses de uma maneira quase orgásmica - jeitim carioca de falar. E por aí vai.

Eu estaria sendo muito previsível se apenas comentasse das falas dos gaúchos. Um "bah" estrategicamente colocado, um "tri" aqui ou acolá (atenção, "trilegal" não seu usa mais), ou ainda um "barbaridade" entre os mais velhos. "Tche" também é meio forçado, mas em algumas situações tem o seu charme. Não fale em chimarrão, mas sim em "chima", demonstrando assim
intimidade com essa autêntica instituição gaúcha. "Piá" e "guri" são outras palavras bem cotadas entre os pampas. Ora, ora. É fácil imitar gaúchos, ou mesmo reconhecê-los. A questão aqui é outra: como reconhecer, entre gaúchos, um lajeadense?

Prestando atenção em minha anfitriã Elise, foi fácil sacar. Antes, porém, um pouco de cultura. Abri o Michaelis:

"PEDIR (latim petere). 1. Solicitar. 2 Implorar. 3 Orar, rogar a Deus. 4 Requerer. 5 Estabelecer, estipular, exigir um preço. 6 Solicitar autorização, licença ou permissão. 7 Exigir ou reclamar. 8 Ter por conveniente. 9 Implorar assistência, favor, perdão, etc. 10 Apetecer,
querer. 11 Ter necessidade de; demandar."

Pois bem. Existe uma décima segunda acepção para o verbo pedir que é praticada apenas em Lajeado!

Voltando à Elise, eternamente perdida nesse mundo (vejam bem, perdida no sentido espacial e não moral). Por várias vezes, quando queríamos achar um lugar e não sabíamos o caminho, ela PEDIA onde ficava o tal lugar. Em resumo: em Lajeado (e pelo que me disse Elise, apenas e tão somente em Lajeado) , "pedir" significa "perguntar"!

Disseram-me que a colonização do vale do Taquari foi feira por alemães e italianos. Sei não. Devia existir algum inglês na parada. Afinal, na terra da Lady Di, "to ask" significa tanto pedir quanto perguntar.

P.S. Eu ia "pedir" se alguém achou graça nesse texto, mas bah, deixa pra lá!

27 março 2006

Retalhos e retratos

Invadi aqueles cabelos com minhas mãos e disse: “você vai ficar me provocando a noite inteira, não?”. Só dei tempo a ele de abrir um sorriso e dei de ombros, indo pela milésima vez ao banheiro. A cerveja seria perfeita se não fosse diurética. Ele seria perfeito se não fosse tão novo. A idade o deixa ainda mais lindo, mas proporcionalmente mais medroso. Parece que a distância o aproxima e a única forma possível de comunicação direta é via mensagens de celular. “Coisa de piá novo”, como diz uma amiga. Olhei mais uma vez para ele e desisti. Quando cheguei em casa, uma mensagem no meu celular. Quase voltei lá só para espancar a criatura. “Tem gente que sabe perder oportunidades”, pensei antes de me entregar à morte dos justos.

Estou lendo um livro muito bom: “Imagem, Cognição, Semiótica, Mídia”, de Santaella & Nöth. Neste domingo me puxei e consegui avançar alguns capítulos. Confesso que meu horóscopo dos últimos meses não tava dando astros para leituras e eu andava bem vagabunda e entregue “às bibida”. Espero melhorar com a pressão de decidir logo um tema ao trabalho de conclusão de curso.

Na minha vitrola tá rodando Zeca Baleiro. Para ler, descobri que Yo La Tengo é melhor. Comprei um CD duplo da banda, um “instrumental” e outro “vocal”. Assim mesmo.

Agora que todos já sabem de minha vida, obrigada. Me pergunto para que raios serve este blog.

23 março 2006

O macumbeiro cínico

....Não sei se vocês sabem, mas eu tenho um vizinho macumbeiro. Ele anda causando fúria na vizinhança por ser o principal suspeito pelo sumiço da criação de galos de rinha que meu outro vizinho tem. Ele jura que a criação nada tem a ver com o esporte(?) mas até hoje nunca vi canja de galo magro. Tudo bem, a vida é assim mesmo. Uns fingem que falam a verdade e o resto finge que acredita. Particularmente não gosto de canja, mas de uma boa briga eu nunca vou fugir.

....Saber brigar é como sexo: você pode até ter mais de um orgasmo se estiver com muita vontade. Ou se o adversário for à altura. Brigar é como jogar porta à fora aquelas migalhas que ficam embaixo do tapete. Tapete sujo me dá nojo. Uma das melhores coisas numa briga é você saber que tem a razão. Explico: eu tinha a razão. Aliás, sempre tenho. Andei me enrolando numa história e acabei com fama de algo que não sou. Como detesto injustiças (ahahahahaha), só sobraram duas alternativas: tentar impôr minha opinião ou chutar o pau da barraca. A opção mais divertida sempre é chutar o pau da barraca, ainda mais se o adversário for cínico. Meu deus, eu amo pessoas cínicas. É muito fácil acabar com elas porque todo o fraco se esconde atrás do cinismo ou da ironia.

....Lembro de um colega muito irritado que eu tinha que se engalfinhou com uma pseudo punk intelectualóide (o estereótipo perfeito de um aluno de comunicação social. Eu adoro estereótipos). Ela veio toda cheia de si, com milhares de encenações e piadinhas. A ironia estufa o peito das pessoas. Ele precisou apenas dizer que só perderia tempo com ela se ela tivesse coragem de sair de trás das piadinhas e dizer tudo o que pensava de cara limpa. Claro que os fracos não falam o que pensam. Eles só usam metáforas. Naquele momento víamos a cena acadêmica mais linda presenciada numa aula de psicologia da comunicação (o destino sabe ser irônico com classe, diferente dos seres humanos). Ele nem precisou de um macumbeiro.

22 março 2006

O ADEVOGADO DO DIABU

Um texto do Homem-Baile

Na sexta-feira, apareci de bico em uma aula da Elise. Entramos atrasados; pra piorar, apareci na cara-dura, pois Elise não avisou a professora que ia levar um amigo.

Sentei-me ao lado de minha amiga e fiquei quietinho, nem um pio. Surpreendentemente achei os assuntos abordados bem interessantes, pois se falava sobre coisas das quais tenho pouca noção. Para ser franco, acho que eu estava mais interessado no colóquio do que muitos dos colegas de sala de Elise.

Lá pelas tantas a professora saca um jornal com a fotografia de um cara, clicado em meio a uma fala e por isso flagrado em pose estranha. Talvez por ser eu quem estava na cadeira da ponta, a mulher colocou a foto no meu nariz e fuzilou:

"O que essa foto te passa?"

Eu - que gosto de me achar fotógrafo - olhei, olhei, olhei, demorei, e...

"Hmmm... Nada, não me vem nada à cabeça."

Só quando ela rodou a foto pelos alunos que meu branco passou. Mas já era tarde. Depois que a aula acabou, Elise foi falar com a professora.

"Eu não tinha avisado, mas trouxe um amigo. O Ricardo é de São Paulo..."

"Ah! O que você faz?"

Poderia dizer que sou fotógrafo, o que seria um exagero. Ou analista de sistemas, a profissão impressa em meu holerite. Mas, seguindo os passos de minha amiga, resolvi ser malvado e falar sobre minha profissão bissexta:

"Sou advogado."

A mulher, toda sem graça, só faltou me pedir desculpas, pois menos de cinco minutos atrás estava falando mal de advogados e de seu jargão ininteligível para os reles mortais. Eu contemporizei e disse que concordava com ela, que muitos advogados adoram falar difícil apenas para mostrar cultura. Mas enfim: se falei que era advogado, o fiz apenas por "animus jocandi". Entenderam?

21 março 2006

Nóis não é bigui bródi mais engana!

....Quinta-feira, hora da janta. Minha mãe, meu irmão, eu e o Ricardo. Não costumo tirar minha mãe pra boba na frente dos outros, mas não poderia perder a chance que o destino (e principalmente a falta de noção de minha mãe) me dava. Ao olhar para o Ricardo, dona Helena logo arranja sarna pra se coçar:

Nossa, como ele é parecido com um cara do Big Brother!

....Como eu perco o amigo mas não perco a piada, logo emendo:

Elise: Mas mãe, ele é o cara do big bródi.
Mãe: Não....sério? (Neste momento, ela faz aquele sorriso bobo de quem tá quase acreditando mas sempre desconfiada)
Eliseu, meu irmão: Claro mãe! Não lembra que a Elise falou? (Neste momento, meu irmão percebe a brincadeira e entra para ajudar a enganar a mamy)
Mamy: Big Bródi?
Eu e meu irmão: É!

....Ela estava quase caindo na nossa quando, para puxar o saco da véia, o Ricardo começa a rir, estragando toda a nossa sacanagem. Putz, tava indo tão bem, era só insistir mais um pouco que ela acreditaria e até pediria um autógrafo.

20 março 2006

Amizades de longe

....Quem pintou em Lajeado neste final de semana foi meu (ini)migo Ricardo, o homem-baile. Sua visita veio desmentir os boatos infames que chegaram aos ouvidos de minha mãe de que eu estaria prestes a casar com um argentino chamado Ramón. Como vingança pela fofoca que arrasou minha enoooorme lista de pretendentes (afinal, namorar um cara com unhas sujas é o fim), o obriguei a tomar chimarrão no mínimo duas vezes por dia. Queimou um pouco a língua, coitado, e demorou uns 15 minutos até conseguir fazer o diabo da cuia roncar (no RS, não se entrega o chimarrão antes de provar através de uma boa roncada que não há mais água na cuia). Mas conseguiu, enfim, viver alguns momentos como gaúcho. Ao menos como jogador de sinuca, não fez tão feio quanto prometeu e conseguimos derrotar a dupla infalível Camila-Eduardo. Viveu até uma historinha parecida com as do Sem Salvação ao ser quase esmagado por uma velha gorda que dançava enlouquecidamente e por conta de seu exuberante tamanho, deu boas bundadas no pobre do Rick. Conheceu minha mãe e teve a prova cabal de onde é possível tirar tantas histórias malucas para temas de posts. Ahahahahaha.

....Deixando as brincadeiras de lado, aqui fica um registro de como é possível e incrível conseguir, num mundo tão estranho como o de hoje, fazer e ter amigos tão longe e por internet.

13 março 2006

A vida como ela não é

....Conversei com meu grampeador este final de semana. Estava cansada de meus amigos e resolvi dar um tempo no meu quarto. Ele é pequeno, daqueles compactos, do tamanho certo para quem usa fichário e é desorganizado como eu, precisando prender as coisas para elas não voarem. Eu não me importo com o tamanho das pessoas, desde que elas cumpram seus papéis em nossas vidas. O grampeador é um exemplo. Ele me contou uma história bem interessante.

....Sua família é numerosa, e ele sempre foi o menor. Desprezado por isso, se acostumou com a idéia de ficar de canto e sem amigos para conversar. Até que eu apareci na vida dele e o coloquei na minha pasta da faculdade. No início, a vida dele não tinha sofrido grandes alterações. Minhas canetas, todas brindes de empresas, eram muito nojentas e competitivas, tentando sempre ser uma mais que a outra. O clima de briga acalmou quando, há uns dois meses atrás, ganhei uma caneta de brinde com laser, aquelas para apontar apresentações em Data Show. As outras canetas, vendo que não chegavam aos pés da qualidade inegável e do bom acabamento da srta. Laser, desistiram das disputas de ego e passaram a se preocupar com minhas preferências, uma vez que perceberam que a Laser só era usada para fazer fotos toscas em B (velocidade controlada pelo fotógrafo). Unidas e preocupadas em excluir a Laser, passaram até a tratar o grampeador amigavelmente, incluindo o pobrezinho em suas rodas de fofoca, só para gozarem a felicidade de ver a Laser totalmente só.

....Até que, depois de anos de faculdade grampeando e cansado de tanto crap crap crap crap, ele pifou. Desiludido com a vida e reduzido a um lixo inútil, já sem motivos para ser amigo das canetas que, num piscar de olhos, o retiraram de sua roda, contava os dias até que eu o descobrisse sem utilidade e o descartasse. Ao tentar grampear minha anotações sobre elementos de semiologia (não pensem que do nada fiquei inteligente, to só tentando desvendar um trabalho aí bem chulé...o de conclusão de curso) percebi que meu amigo havia subido no telhado, vestido o paletó de madeira, que tava comendo capim pela raiz. Enfim, morreu o coitado. Foi então que o coloquei ao lado de minha cama e comecei a conversar com ele. E ele me contou esta triste história. E eu penso: por que as pessoas não são como as coisas? Quando não funcionam, a gente joga fora.

....Em homenagem ao falecido: minha foto em B, feita com a srta Laser.

09 março 2006

Eu não sei pra onde vou

....Quando deus me fez ele disse: “além de atrasadinha para piadas sarcásticas, tu não vais ter senso algum de direção. Tampouco de Localização. Te perderás na quadra da tua casa. Dormirás 24 anos no mesmo quarto e ao acordar à noite, jamais encontrarás as tomadas no escuro. Não conseguirás guardar nenhum ponto de referência”. Mas depois, com pena de ter feito alguém tão inútil (lembrem que eu tampouco tenho sorte) ele me deu uma coisa boa: “serás mais despachada ou simpática do que qualquer um para pedir informações e terás o domínio absoluto da arte de pechinchar”.

....É por isso que sempre que alguém tá perdido (sim...porque eu sempre estou), sou eu quem tem de ir atrás para descobrir algo. E quando um amigo efetua uma compra, pede na maior cara dura que eu negocie um desconto. Consegui cinco pesos numa bolsa pra Camila (tive de explicar um milhão de vezes pra anta como se faz a cotação do dolar e se calcula o câmbio para pesos). Um peso e meio em xícaras de Buenos Aires (acabamos não comprando, pois minha meta era dois pesos por xícara). Convenci a caixa de um supermercado a aceitar 16 dólares da Camila (ela queria 20 doláres para dar troco em pesos...sem noção...).

....Por outro lado, me perdi a uma quadra do hotel onde estávamos hospedadas. Não sabia sair da rua Florida. Não encontrava os banheiros no River Plate (ainda bem, pois se tivesse encontrado não saberia voltar). Quase sai do La Boca pelo lado errado, tive de pedir informações para achar o banheiro no ônibus (foi uma situação muito ridícula). Se a teoria de que as amizades se fazem por troca mútuas de interesse, ela está comprovada. O que uma tem de torta, a outra tem de descoordenada.

08 março 2006

O que é pior?

Escolha, se for capaz: derrubar uma escultura na casa da chefe ou ter uma colega de trabalho com sarna?

....Se a lei de Murphy realmente existe, ela foi feita inspirada na minha vida. Não, não sou nenhum um pouco modesta, tampouco tenho sorte. Ou as pessoas não contam suas desgraças ou sou premiada. Mas vamos aos fatos.

....Ontem tinha um “open day” na casa da chefe. Fiquei brincando o tempo inteiro com a sonoridade pomposa do evento, me referindo ao “eupeidei” do dia. Brincadeira por brincadeira, nem imaginava coisa mais trágica do que peidar no apartamento de luxo de uma chefe. Mas existe sim: derrubar uma escultura. Estava eu a passar com meu pratinho de guloseimas lotado de pastel e docinhos. Não calculei direito o tamanho da minha bunda e sem querer derrubei uma escultura chiquetérrima que estava na mesa. Ainda bem que a obra era desmontável (na hora jurei que tinha quebrado o troço, mas não, ele só se abriu todo no chão). Ainda tive a cara de pau de olhar pra trás, mirar apavorada aquele monte de ferro ali jogado e soltar a pérola: “gente, será que fui eu??”.

....Seguimos comendo e entupindo o cu de pastel. Volta e meia fazíamos uma piada secreta com nossa colega de trabalho, que está com um pequeno, leve e super contagioso probleminha de pele, que resolvemos apelidar carinhosamente de sarna. Todos evitaram qualquer contato com a menina, coitada. Na hora de ir embora: um novo drama. O que seria pior que derrubar uma obra de arte egípcia da casa da chefe? O que? O que? Alguém chuta? Sim...descer no elevador com teus colegas, a sarnenta e a chefe junto. Pela lei de Murphy, a escolhida a ficar ao lado da sarnentinha fui eu, que esmaguei meus colegas de trabalho, socando-os no canto do elevador. A Relações Públicas teve um ataque de riso na hora, sentindo o drama de se ver afofada por mim num elevador luxuoso. Do outro lado, ficou a chefe (estranhando visivelmente o comportamento irregular de seus súditos) e a pestiada. Todos sufocando risinhos por conta da cena ridícula que se dava naquele ambiente bem propício para a proliferação e contaminação de bactérias degeneradoras da pele.

....Fico pensandonessas horas: porque raios as coisas mais divertidas da minha vida acontecem comigo e eu não tenho a chance de ver de fora? Imaginem que cinematográfico ver alguém derrubando uma escultura, ainda mais se for de um chefe, e no mesmo dia ter de olhar apavorada para uma colega sarnenta e apertar os colegas contra um canto. Eu ficaria horas rindo da cara do infeliz capaz de ter tanta desgraça num dia só. E comovida, pediria a deus pela alma da pobre criatura. Por favor, criem uma comunidade no orkut: “A Malvada passa tranque em crianças mas a culpa é do destino, que judia dela” ahahahahahhahahahahaahahha. Auto-piedade é a alma do negócio.

07 março 2006

Diário de Bordo

Depois de viajar quase 24 horas em um ônibus, assistido a dois Dvd's do U2 e escutado os cd's da banda a noite toda

chegamos a Buenos Aires. Tudo começou muito bem, pois na cidade que abrigava Bono Vox a primeira coisa que enxergamos foi esse momumento fofo chamado Obelisco. Notamos que as coisas estavam boas para nós...

E melhorou ainda mais porque tudo lá é tango
.
Depois de um show de Tango daqueles ficamos tão românticas, mas tão românticas que tiramos essa foto aí, mó bichice

Até parecíamos usar a mesma roupa (só parecia)

Estávamos tão felizes na terrinha dos Hermanos que nos sentíamos (vestíamos/falávamos e todos esses verbos) como verdadeiras argentinas

Até que as crises começaram...pois a Camila se engraçou com esse carinha do ônibus. Que aliás, tinha um jeito muito estranho....

Brigamos. Eu fiquei meio de cara com ela.

Mas depois da emoção do show (e da Camila ter desmaiado e perdido nosso melhor lugar bem na atrás dos VIP) as coisas melhoraram

E voltamos ao normal.

06 março 2006

Rua Florida: conferência mundial de mullets

....Uma coisa é ser feio. Outra é ter mullets. Condenados ao desprezo total devido àquele rabinho horroroso que os argentinos insistem em deixar crescer atrás no ninho de rato que chamam de cabelo, estão longe de serem feios. Pelo contrário, não dávamos conta de olhar para tanto homem bonito que tem por lá.

....A cena: paradas embaixo de uma marquise (chovia muito forte) na rua Florida (centro comercial de Buenos Aires) e com dois sorvetes do McDonalds (precisávamos analisar a que ponto chegou a globalização e se realmente o mcdonalds é igual em qq lugar – ahahahhahaha). Foi quando surgiu a idéia (eu e a Camila sempre temos várias...) de fazer um concurso de mullets para passar o tempo. Acho que nunca ri tanto na minha vida. As pessoas passavam na rua e ficavam olhando a gente se dobrando de tanto gargalhar. Acabamos descobrindo que mullets não é apenas moda não, é estilo de vida. Por isso, dividimos o concurso em duas categorias: amadores (aqueles que usam mullets como qualquer argentino) e profissional (aqueles que não têm apenas mullets, mas são os mullets). Vamos aos vencedores:

Amador: careca, mas com mullets. E o mullets tinha cachinhos! Uau...ficamos de boca tão aberta quando ele passou que o sujeito percebeu e se virou para ver se continuávamos a analisá-lo. Claro que continuávamos. Imóveis a ver os cachinhos balançarem logo abaixo da careca.

Profissional: um sujeito bonitinho, com um mullets. Até aí tudo bem. Mas o cara tinha o mullets do mullets. Ou seja, além do rabinho, tinha outra mecha de cabelo dividindo o mullets do submullets. Esse é do caralho.

03 março 2006

As coisas mais bregas que já tive

....A breguice é linda. É uma dessas coisas que não têm preço, ainda mais se registradas em fotografia. Adoro olhar álbuns antigos e rir da cara das pessoas (e da minha, obviamente). Nunca poderemos imaginar o quanto éramos engraçados, pois cada ano olhas estas imagens é mais hilário. Da lista de preciosidades, algumas não poderiam deixar de ser registradas e tombadas:

Polaina
Polaina é algo. Espetacular. É seguramente o acessório (não dá pra chamar aquilo de peça de roupa, né?) mais brega de um roupeiro feminino. Devo admitir que ainda tenho um par delas guardadas, mas uso embaixo de jeans, bem escondidinhas (o inverno no Sul é cruel). Ano passado, se não me perco no tempo, elas voltaram reformuladas com a função de deixar as patricinhas ainda mais ridículas. Coloridíssimas, listradíssimas e carésimas, já vi quem as usasse com salto alto e bico fino, aliado à uma saia tipo colegial. Isso na faculdade. A moda é mesmo a melhor invenção de deus...ahahahha.

Calça centroteta
Quem de nós (acima de 25 anos) não usou as calças cintura alta? Nem precisava de sutiã, pois o cós do jeans era tranquilamente capaz de segurar os seios. Há cerca de 4 anos, a empresa onde trabalho mandou fazer um folder. Na época, eu não trabalhava como fotógrafa e o mesmo teve fotos retiradas de banco de imagem da então agência publicitária que nos atendia. Gente, há 4 anos a moda já era a cintura baixa e ninguém mais lembrava das centrotetas. Mas foi patético, pois a foto que ilustrava o folhetim tinha na capa quatro universitários pulando com aqueles jeans do tempo do Ari Pistola. Fora que elas eram apertadinhas embaixo e larga nas ancas. Parecia que todos estavam usando fraldas ou bombachas (indumentária típica gaúcha). Era o quadro da dor.

Cabelo Chitãozinho e Xororó
Cuduiz...eu tinha. Era virada em franja, coitada. Já não bastava ser feia que era um demônio, minha mãe ainda cortava meu cabelo daquele jeito. E é tão engraçado....é ainda pior que os cortes dos anos 80. Mas minha mãe também não ficava para trás. Na mesma época, sua cabeça era enfeitada com uma franjinha lisa (seu fio natural) e o resto crespinho, resultado do tal de “permanente”, processo químico que dominou a cabeça da mulherada nos anos 80. Mas meu irmão também sofria: era raspado, o coitado. E ele tinha orelhas que mais pareciam parabólicas. Como há 15 anos não existiam parabólicas (se existiam não eram comuns), o chamávamos de satélite ou dumbo. Ou então, o comparávamos a um fusca com as portas abertas. Ahahahaha. Eu e meus amigos éramos cruéis, isso que nem tínhamos moral para falar nada com tudo aquilo de franja que carregávamos na testa.

....Vou parando por aqui pois quero ler a lista de breguice de vocês nos comentários.

Malvada, a Katilce do Sul!

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A titular manda da Argentina a foto acima. Pois a Malvada não inventou de se hospedar no Buenos Aires Sheraton e ficar no mesmo andar que Bono e companhia?

PS Agora que estou de volta, cabe uma retificação a respeito de Ramón. O rapaz era, na verdade, um cabeleireiro argentino estabelecido em Santa Catarina. Não uma bichinha, mas sim uma bichona! A única parte do corpo que Malvada - em suas recentes férias - entregou a Ramón foi a cabeleira, objeto de relaxantes massagens com Neutrox e Hené Maru. Certo?

Ricardo, o interino