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13 dezembro 2005

Eu, eu mesma e meus amigos garçons

....Sou bem chata para lugares. Não diria chata, eu diria quase metódica, rotineira. Tenho uma desculpa bem plausível: gosto de cachorros quentes. Diria mais, diria que sou doente por eles. E são poucos os lugares que têm um à altura do meu alto padrão de exigência cachorroquentística. Citaria em primeiro lugar o Carmelito, o óbvio ululante para quem me conhece. Em segundo, o Kikão Lanches. O resto é o resto. Ninguém faz cachorros quentes no mundo como eles (até tentei o famosérrimo Rosário, de Porto Alegre, que tinha fama de imbatível, mas não chega aos pés do Carmelito). Enfim, voltando ao prato do dia, que não é cachorro e sim garçons, ando intrigada com um comportamento atípico desta classe trabalhadora conhecida pela simpatia ou pela desastrosa mania de derramar refrigerantes nos clientes.

....Bem, não sei o que acontece, pois entre meus amigos, sempre eu sou a preferida dos garçons. Ahahahahahhaa. Convencida? Pois vejam os dois exemplos da atenção que eles me dedicam:

O cara do churrasquinho

....Quintas-feiras sempre era o dia da patifaria (reunião de um grupo de amigos da facul). Sempre no Tio Hélio, que vende espetinhos e alguns lanches meia boca. Isto aconteceu no primeiro semestre deste ano. Em quintas reencontrei um grande amigo, que para minha grande satisfação, foi meu professor na tal disciplina. A aula acabava sempre pelas dez horas, mas ficávamos conversando enquanto a universidade dava sinais de abandono, até mais de onze. Sabe aquelas pessoas que ficam se despedindo durante uns dez minutos e tu não consegue dizer tchau sem que um novo assunto tome conta do papo? Pois eh. Grande cara esse. Sem dúvidas, um exemplo para mim, tanto como profissional ético que é como de uma pessoa pura de coração e talvez a mais equilibrada e sábia que eu tenha conhecido. Não vou mais babar ele aqui no blog pois já fiz muito isso. Em todo o caso, é o tipo de amigo que eu digo: se nao fosse meu, eu comprava. Voltando. Já se tornavam piadas entre o grupo os meus atrasos. O que nunca esperava e deixou meus amigos boquiabertos, foi chegar no Tio Hélio um dia e ouvir do garçom, em tom de cobrança, a seguinte pergunta:

- Por que tu sempre é a última a chegar?

....Todos olharam apavorados, eu fiz uma cara do tipo: “te conheço???”, e hoje batemos altos papos quando o encontro. Além de garçom, o cara trabalha na principal rádio da região, onde fiz um trabalho como fotógrafa. Bastou me ver nos corredores para vir conversar e bisbilhotar (no bom sentido) meu trabalho. O cara é uma peça. Dia desses cheguei lá e pedi por ele (estranhei o fato de não o ver lá), o que o deixou muito feliz, hehehe, conforme me contou depois.

O cara do Kikão

....O kikão é um dos lugares mais frequentados de Lajeado. Apesar de ser uma cidade pequena (cerca de 70 mil habitantes), considero praticamente impossível algum garçom de lá conhecer os clientes. Mas minha fama de cliente exótica e bebum ultrapassa limites. Ainda acredito que sou a única criatura que pede cachorro quente com bife de xis. Talvez por isso. Domingo cheguei lá, pelas onze da noite. O garçom apontou o dedo para mim e disse, faceiro como nunca:

- O de sempre, certo? Um cachorro quente com bife de xis e uma bohemia! Acertei?

....Não imagino a cara que fiz nessa hora, mas deve ter sido engraçada. Tinha me proposto a não tomar mais cerveja (desse jeito viro alcóolatra) mas não podia fazer esta desfeita a um garçom tão atencioso....hehehehehehe. Agora é só chegar e pedir: “o de sempre”. Devo ter a maior fama de cachorroquenteira boêmia da cidade...ahahahahaha. Êta que morar em Lajeado é engraçado...