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29 janeiro 2005

Férias

....Só para deixar vocês tranquilos (oh, estou viva!) e atualizar, nem que seja com babaquices, este troço. Bem, neste pedaço de férias (sim, ainda tem mais, estou recém na primeira semana de ócio) li o livro de contos do Rubem Fonseca, Secreções, Excreções e Desatinos. Talvez o título não seja bem esse, estou desconfiada que é e outros desatinos, mas isso não muda o conteúdo da obra. O fato é: não gostei. Não gosto de Rubem Fonseca. Acho até que ele escreve bem, um texto interessante, gostoso, mas não gosto das histórias dele. Sei lá, não gosto e pronto, sem muitas explicações. Não sou escritora para analisar texto alheio, mas o dele não gosto.

....Comecei a ler agora um do Albert Camus: O Mito de Sísifo. Um ensaio sobre a absurdidade. Estou me identificando muito com ele...acho que até o fim do livro me mato. Amo livros pessimistas. Sei lá por que. Sou avessa à auto-ajuda. Talvez isso explique meu ódio por Paulo Coelho e Martha Medeiros...ai odeio Martha Medeiros...acho ela o ó. Paulo Coelho até vai...agora Marta Medeiros, me desculpem os fãs dela, mas tem algo no texto da criatura que me deixa mal...sei lá. Deve ser o monstro da calcinha. Mas isso é outra história. Estou com A Peste do Camus para ler. Minhas prioridades mudaram. Agora na minha lista incluí um do Assis Brasil, indicação do Steyer, um professor gato da faculdade.

....Também fui à Anta Gorda fazer umas filmagens de borrachudos para uma disciplina da facul, com meus colegas. Eu fui a motorista. Coitados, agora não sabem o que fazer para me tirar do grupo. Tô brincando, não sou barbeira, apenas meio atrapalhada com piscas. Odeio piscas. Até hoje não sei muita para que servem...quem anda de moto acaba abominando eles. Não sei exatamente o motivo. Só sei que detesto Gol. Carro mais porcaria de dirigir. Um fiat 147 é mais confortável (Oh!!!!!)

....Não só de reclamação se faz o sem salvação. Então lá vai a parte boa das férias, minha rotina:
Acordo às 10h. Cafezinho com farináceos (essa é boa, admitam). Leio. Almoço. Durmo até às 14h. Leio um pouco. Piscina (da sogra, claro, tão me achando com cara de burguesa?). Lanche da tarde. Voltinha de carro ou moto pela cidade para ver os pobres saindo do trabalho. Caminhada (com tanta comida, preciso exercitar os glúteos para entrar no setor pela porta na volta). Lanche do fim de tarde. Mosquear. Janta. Computador até às 2h da manhã.

....Até.

19 janeiro 2005

Pecado da Gula

Enquanto passa – o tempo – come

....Alguns dizem que a gula provém da necessidade de amenizar surtos de ansiedade. Já ouvi um grande entendido em psicologia Ernestina Autodidata Sustentável (EAS) defender a tese de que o cachorro quente seria a fuga para um caso crônico de falta de sexo, saciada pelo signo fálico representado pela quase matéria-prima do lanche: a salsicha. Fálica sim, pero no mucho. A salsicha é mais bonita, é verdade, mas eu bem que prefiro um cachorro com bife de xis, o que denotaria na teoria EAS que além de falta de sexo, há uma certa dose de perversão na personalidade da gulosa.

....Pervertida ou não, a gula é um prazer profundo e delicioso, pena que engorda. E quanto à ansiedade, qualquer tipo de prazer é capaz de dissolvê-la, por isso acredito ser uma injustiça canalizar toda a culpa para a Gula.

18 janeiro 2005

Uff

Estamos meu bem por um triz
Pro dia nascer feliz



....Quando paro, paro de verdade, penso em como a teimosia é corrosiva. Sofrer tanto tempo pela mesma coisa corrói as forças de qualquer um. Se fosse um otimista de carteirinha até seria compreensível. Mas para alguém que não acredita em salvação teimar em esperar algo que se sabe improvável é no mínimo contraditório, para não me chamar de burra. O fato é: por que em determinados casos demoramos tanto para largar aquele doce que insistimos em comer, feito crianças mimadas e impacientes? Parece que quanto mais se mostra difícil, mais se deseja, mais se luta, mais se briga. Até mesmo a briga se torna mais importante que o que se quer. Isso tudo até cansar, mandar tudo à merda e desencanar. Mas eis que então surge uma nova faísca de esperança, uma luzinha de possibilidade, que reacende a obsessão. Não me venham com teorias.

14 janeiro 2005

Engoli o aparelho – parte 2 – a revolta

....A briga mais recente: Meu dentista. O sonho. Vocês lembram do sonho,no qual eu tentei ligar para a criatura às 4 da manhã pensando ter engolido o aparelho. Pois é, contei isso para ele. Ele disse que as 4 da manhã jamais me atenderia. Eu pedi: “e se fosse uma emergência mesmo comigo?”. A resposta foi negativa. Fiquei louca da vida com ele e começamos uma discussão sobre por que os médicos e dentistas se acham superiores. Não não não, só eu para brigar com um dentista. O meu ainda por cima. Tudo por causa de um sonho ridículo e de uma hipótese remota de precisar de auxílio do banana na madrugada.

10 janeiro 2005

Criaturas fantásticas

....Apesar de não estar de férias e ter aulas todas as noites, minhas leituras até que têm rendido. A rotina é algo que mata a gente. Aula em janeiro também. O que me salva neste período de trabalho a 40º e aula cansativa (ninguém aguenta olhar para a cara do mesmo professor mais de uma semana sem usar algum tipo de narcótico. Costumamos tomar chimarrão durante as aulas. O detergente que a ximango usa na erva nos deixa bem), são boas leituras. Estou lendo O Centauro no Jardim, do Sclyar. Gosto do jeito que ele escreve. O livro é sobre uma família Judia (ou seria Judaica?) que tem um filho-centauro. É uma boa análise dos valores do ser humano, da nossa busca por realização e da auto censura a qual nos submetemos todos os dias. Ah claro, e do amor incondicional.

....Meu próximo livro da listinha é “O amor de Pedro por João”, do Tabajara Ruas. Comecei a ler mas achei chato. Pulei para o Centauro. Mas vou tentar voltar ao Amor de Pedro. Hehehe. Outra meta é ler “O cego e a dançarina”, um livro de contos do Noll. Bem, muita leitura e poucos posts, como vocês percebem. Até mais pessoas.

05 janeiro 2005

A casa dos Budas Ditosos

....Bom. Eu diria bom. Não é o melhor livro que li. Está longe na lista, mas é bom. A casa dos Budas Ditosos conta a história de uma mulher que aos 70 anos revela sua vida libertina a um escritor (João Ubaldo Ribeiro), incumbido de escrever sobre um dos sete pecados capitais: a luxúria. O objetivo desta senhora ao enviar sua vida (isso é o que o autor conta, mas não se sabe se esta mulher realmente existiu ou se é jogada de marketing de Ribeiro) para ser publicada se revela no final do livro: libertar os leitores para o profundo conhecimento do prazer.

....Confesso que em diversas partes do livro pensei em parar de ler...o livro se torna chato, com colocações que aparentemente não fazem sentido, com histórias de vida da tal mulher totalmente irreais. Acho que o autor tentou enfeitar demais, tornar o livro erótico demais e acabou pecando na verossimilhança.

....Ontem eu falava com um professor sobre juízo moral, e é mais ou menos por aí, para ler não dá pra se escandalizar, tem que ler com olhos diferentes. Não, o livro não é picante ou pornográfico demais, ao menos eu não achei, mas ele coloca algumas coisas como a relação entre irmãos, que seria uma coisa meia estranha...ao menos para mim.....ou melhor, não sei se tem alguém que faria algo com um irmão. Estou evitando escrever palavras (vocês sabem qual) para meu site não ser barrado nos servidores. Já escrevi tanto palavrão aqui, mas não dá pra arriscar, certo?

....Mas recomendo. Leiam A Casa dos Budas Ditosos.

04 janeiro 2005

Manual de Desculpas Malvadas

A má educação

....Não, eu não vi o filme novo do Almodóvar. Estou falando de algumas regras básicas de má educação para irritar as pessoas a sua volta. Digamos que seria um anexo do meu livro Manual de Desculpas Malvadas, que poderia se chamar: Manual para irritar colegas. Há pessoas especialistas nisso, e como sou uma captadora de maldades, repasso as técnicas que observei durante o ano falecido e ainda observo para aprimorar nossos conhecimentos na área.

....Existem vários crimes no âmbito organizacional de uma empresa que podem, de fato, acabar com o dia de alguém. É também verdade que com o tempo nos vacinamos contra os malfeitores e acabamos por dar muitas gargalhadas. Até por que esse tipo de criminoso geralmente é tão ridículo que só consegue prejudicar a si mesmo. Nem para acabar com os inimigos são capazes. Mas mas, é o mundo. E o mundo é dos espertos, não adianta. Não resolve nada ser mau e burro. O negócio é ser viscoso, dar pra todos os lados, literalmente se prostituir para se dar bem. Esse negócio de panelinha ferra os malvados menos evoluídos. Malvado que se preste tem que saber a regra básica do sistema: não deixe ninguém saber jamais de que lado tu estás.

....Vamos ao cardápio do dia?
Crime 1: Cochichar na frente dos outros. Isso é um despautério. A melhor demonstração de falta de respeito pelos colegas e um ótimo motivo para agremiar inimigos. O auge é se, do cochicho, saem aquelas risadinhas típicas de desenho animado. Num lugar cheio de gente tudo bem, agora quando têm poucas pessoas no recinto e metade se junta para fofocalhar, aí é de matar, ainda mais em local de trabalho, onde as coisas não costumam ser muito tranquilas...

Crime 2: Falar em códigos. Se é para criticar algo maior enquanto somos insignificantes, acho até interessante falar em códigos ou metáforas. Mas quando é para alguns ficarem boiando, acho burrice. É aquela história de falar em outra língua na frente de alguém que não entende patavinas...sei lá, eu entendo isso como um insulto.

....Então, se quiserem ser Malvados de primeira linha e se darem bem, não cometam os crimes acima citados. A gente nunca sabe quem pode estar no poder amanhã. As coisas e as situações mudam drasticamente e muitas vezes não nos damos conta disso. E além do mais, ninguém é eterno, por isso não vale a pena puxar o saco da mesma pessoa por muito tempo. Quem tem amor pelo seu, não faz isso, afinal, como diria minha mãe, a senhora provérbios, quem cochicha o rabo espicha.

03 janeiro 2005

Vésperas

....Perdi meu aparelho. Isso mesmo. Meu aparelho de dentes, perdi. Quando fui escovar os dentes, notei que algo estava estranho. Abri a boca e olhei-a no espelho: meus dentes estavam tortos. O incrível é que eles ficaram mais tortos do que eram antes. Fiquei apavorada e me perguntando o que o idiota do dentista tinha feito comigo dessa vez. Mas olhando mais atentamente, senti falta de algo...claro, o aparelho! Meu Papai do Céu, onde eu havia enfiado o aparelho? Onde? Vocês sabem que eu vivo perdendo tudo. Meu irmão que o diga, pois dos 5 Cds que me emprestou, devolvi 2. Os outros 3 só o destino sabe quando vou encontrar.

....Me rogando pragas por ter conseguido perder o aparelho e entortar os dentes por conta disso, percebi (vejam que inteligente) que o aparelho é fixo, logo eu não poderia ter perdido ele. Então veio a constatação pior: eu engoli meu aparelho. Putalamerda, até o fio de ligação, as bandas, tudo tudo. Onde isso iria parar? Eu iria morrer por causa da ferralhada toda! Caralho. Liguei para meu dentista. Liguei liguei liguei e ninguém atendia a droga do telefone. Lei de Murphy, só pode ser, quando precisamos falar com alguém com urgência, é batata: o telefone ou está estragado ou não dá linha. Por que não peguei o celular dele? Essas coisas a gente nunca prevê. Engolir um aparelho por exemplo.

....Acordei indignada por que o consultório do cara estava fechado. Olhei para meu celular: quatro horas da manhã. Era por isso que o dentista não atendia o telefone. Ainda incrédula, fui ao banheiro conferir a arcada e lá estava ela: cheia de penduricos, ferros, arames e borrachinhas vermelhas. E o pior é que eu realmente tinha tentado ligar para ele do meu celular. E o trágico é que eu sonhei tudo isso graças a uma das borrachinhas que eu engoli esta semana e fiquei meio apavorada pensando se era possível um bract (não sei como se escreve, é o nome de cada uma das garrinhas que colam nos dentes) se soltar do dente e eu comer ele.

....Era véspera de volta ao trabalho. Só pode ter sido isso que desencadeou a crise de desespero, culminada com um ataque no meio da noite e várias ligações para um consultório. Ainda bem que eu não tinha o celular do dentista! Podia ter sido pior....