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27 fevereiro 2005

Prato do dia: Plágio ou Criação inspirada nos outros?

Estamos meu bem por um triz
Pro dia nascer feliz
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir


....Como um pedaço de música, retirado de sua casa, muda de sentido. Seguidamente nos meus post usava esta introdução da música “Pro dia nascer feliz”, e sempre somente este pedaço. E seria mais ou menos a mesma coisa se alguém tirasse um pedaço do teu texto para compor um novo. Ou não. É sabido que nada se inova, tudo se copia, seja uma união de vários fragmentos de conhecimentos que a gente tem, seja um plágio inconsciente, aquele que sem querer já existe e supomos ter criado. Na fotografia, praticamente tudo já existe, acho que a figura humana, motivo mais fotografado, já foi retratado nos mais diferentes ângulos e perspectivas. Claro que estou sendo generalista e tal, mas se formos pesquisar a fundo qualquer fotografia julgada inovadora ou criativa, vamos encontrar uma semelhante perdida em algum canto do mundo.

....Esse assunto veio à minha mente ociosa aos domingos, devido a um caso recente. Para uma matéria que fiz, utilizei o último parágrafo, aquele que diz: “mais informações podem ser encontradas....blábláblá” de uma matéria antiga de um colega sobre o mesmo assunto. Brincamos então que a matéria teria sido gerada em conjunto. O que é claro, não é verdade. Mas não deixa de ser totalmente falso. Até por que aquele parágrafo é igual praticamente em todas as matérias de assessoria de imprensa. Mesmo se eu tivesse feito ela, a formula seria a mesma: mais informações podem ser obtidas no setor tal, através do telefone tal ou pelo e-mail tal.

....E agora José?

25 fevereiro 2005

Pessimismo ou realismo

....Ontem conversei com um professor sobre a obra de Albert Camus. E surgiu a questão: pessimismo ou realismo? Acreditar no Mito de Sísifo (carregar a pedra até o topo, e ela sempre rolar e cair, e o trabalho se iniciar novamente para toda a eternidade) e admitir que o mundo se encaminha para o caos absoluto é ver a realidade sem romantismos e ilusões ou é ser pessimista? Até que ponto admitir que não há salvação neste plano é tão absurdo assim? O Camus é considerado um existencialista pessimista sim. Mas lendo a obra dele, a gente percebe que o que ele faz é o retrato de uma realidade inflexível. Não existe ascensão social, e bato o pé até o fim da vida dizendo que NÃO EXISTE. Não existe a menor chance de ter saúde de graça e de qualidade no terceiro mundo. Duvido que a coisa vá melhorar. Poderiam pôr até a reencarnação do Che Guevara no governo que isso não mudaria. Sei que muitos vão me crucificar por isso, mas a verdade é que as “coisas” estão acima do poder das pessoas. E da boa intenção delas.


....O que nos resta fazer, eis a questão. O que resta a nós? Bem, aí vai um convite. Apesar de não acreditar na salvação, não desisto de tentar.



Solidariedade é uma ato de cidadania!

Convidamos você para participar do Projeto “Voluntários construindo a
cidadania da Obra Social São Cristovão”. A Entidade funciona no bairro Santo
André, atendendo crianças e adolescentes da comunidade com oficinas,
recreação e almoço.

Em pesquisa realizada pelos alunos da disciplina de Assessoria de Comunicação
para o Terceiro Setor, do Curso de Comunicação Social, foi detectada a
necessidade do trabalho voluntário para a realização das oficinas como
educação física, letras, informática, entre outras atividades.

O trabalho voluntário é uma oportunidade de aperfeiçoar os conhecimentos e
praticar cidadania, o que reflete no nosso desenvolvimento social e pessoal.
Se você tiver interesse em contribuir na realização de qualquer atividade,
pode procurar a Obra na rua Gonçalves Dias, 222 ou pelos telefones: (51)
3011-0230 e 3748-0230. Há ainda o e-mail osscr@certelnet.com.br.

Faça parte desta obra!

22 fevereiro 2005

Flash - é o cúmulo não ter idéias para postar.

....Ontem tive de fazer fotos sociais. Isso aí mesmo que vocês estão pensado: gente comendo e bebendo e sorrindo para as fotos. Odeio fazer isso. Odeio mesmo. Fiquei me sentindo tão mal, desajeitada, envergonhada, foi como se eu jamais tivesse pegado uma câmera na mão.

....Não consigo entender como as pessoas gostam tanto de aparecer em fotos, a ponto de ficar de cinco em cinco minutos chamando minha atenção com frasezinhas do tipo: “ai, me avisa quando tu tirar fotos de mim para eu me arrumar”, “não vai tirar foto de lado que não gosto”, “bla bla bla bla, bla bla, tenho vergonha, bla bla”. Teve gente que até acompanhou minha trajetória pelo meio da pequena multidão. Mas, como tudo na vida, teve um bom lado positivo, pude fotografar finalmente um dos homens mais lindos que já vi pessoalmente. E o mais fascinante: descobrir que ele fica mil vezes mais belo em fotos.

....Ah, aviso importante: só Deus sabe quando vou postar algo que preste. Meu cérebro ferveu nas férias, não esperem nada novo até a metade do ano.

21 fevereiro 2005

A decepção

....Estou extremamente obsecada por esse negócio de fotografia. Neste final de semana li um livro introdutório ao tema. Pressinto que serei a aluna mais pentelha da disciplina de fotografia, mas desenvolvi algumas habilidades para conseguir mesmo assim a simpatia dos professores. O fato é que me decepcionei com algo terrível: mentiram para mim. A máquina com a qual eu trabalhava e endeusava, pois todos me diziam ser a top, a the best of the summer, não passa de uma semi-profissional. Sim meus caros, eu sou mais amadora do que julgava ser. Que ódio. E o pior é pensar que a pequena notável custa 1.000 dólares, ou seja, se eu algum dia almejar comprar um equipamento realmente profissional terei de disponibilizar cerca de 20 mil reias. Isso é o fim. Enquanto isso sonho com uma semi.

....Mesmo assim, mais amadora do que pensava, convido a todos para verem minha exposição fotográfica em junho no hall de entrada do prédio 8 da Univates.

16 fevereiro 2005

Os Ombros Suportam O Mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade

15 fevereiro 2005

Personas e performances

Personalidade: [...] aspecto visível que compõe o caráter individual e moral de uma pessoa, segundo a percepção alheia. Aquilo que diferencia alguém de todos os demais; qualidade essencial de uma pessoa. Dicionário Houaiss.


....O retorno sempre é cruel. Mexe com a ordem natural do ócio. Mas é lei. Estive pensando esta noite (a insônia me atormenta há mais de meses) em personalidade. Por que precisamos ter uma? Ora bolas (essa expressão faz tempo que ninguém escuta, não é?) me parece que a identidade é algo mais falso e falacioso que a historinha de que quem é bom se sobressai.

....Podemos até ter alguns traços mais fortes, mas não acredito que uma pessoa possa ter uma única identidade ou um único modo de ser. Acredito mais na teoria, se é que ela existe, de que somos inexplicáveis. Até hoje, nenhuma pessoa que conheço mostrou-se igual, ou com a mesma personalidade nas diferentes adversidades e mesmo nas mesmas coisinhas do cotidiano.

....Acho perda de tempo tentar se conhecer. Cheguei a essa conclusão há poucos dias, é verdade. Ainda posso ter um lapso e mudar de idéia. Comum. Acredito que cada dia somos diferentes. Talvez eu seja de lua mesmo, e esteja olhando as coisas por um único prisma. Que se foda. Não tinha nada para escrever e resolvi pensar alto. Ou melhor, pensar escrevendo. Ainda assim, por que as pessoas exigem que tenhamos uma personalidade? Por que precisamos de um perfil? Por que precisamos assumir isso?

07 fevereiro 2005

é de poesia que o mundo precisa e não de trabalho

desisto do meu gênio prático.
ignoro a partir de hoje até alguns minutos seguintes que não sou quem meus amigos gostariam que eu fosse.
a verdade é que meus amigos não se parecem comigo.
por isso as crises.
sou prática. não sou imaginativa. nem criativa. sou prática.
agora me deixem em paz, por favor, que vou fechar as cortinas.