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29 outubro 2004

Prato do dia: que fazer sem talheres?

....Fico pensando o que um cronista faz quando está sem assunto. Ou será que eles não ficam sem assunto? O Sem Salvação está sem assunto. Poderia começar a publicar meus trabalhos de aula para encher linguiça, mas pela reação do público ontem, não seria uma boa idéia. Tem dias que a gente poderia publicar uns três textos sem problemas de falta de pauta. Mas esta semana no way. Estou zerada.

....Mas ficar sem assunto tem seu lado bom. Quando tu escolhe uma pauta para falar tu corre o risco de: 1) escrever sobre o que todos já falaram (eu já fiz isso). 2) escolher um assunto podre (eu já fiz isso). 3) divagar e ninguém entender nada (eu já fiz isso). 4) postar a notícia de um tablóide idiota e se justificar dizendo que sonha ser jornalista de tablóide (eu já fiz isso). 5) colocar uma tirinha e deixar que o pessoal se vire com os comentários (eu já fiz isso). Entre outros, que com certeza já fiz também.

....Mas se tu estiver sem assunto, não corres risco. Não vai ser acusado de omitir, distorcer, esquecer, ser crítico demais ou de menos. Se não tiver assunto, ninguém vai te apedrejar, ninguém vai te chamar de palavrões. Se ninguém fizer isso, não vão aparecer blogueiros marketeiros no teu blog, já que ele estará zerado de comentários. Tudo tem seu lado bom. Agora como estou sem acento, adeus. Até semana que vem, talvez até lá surge alguma idéia. Caso isso não aconteça, vou publicar a crítica do filme o jardim secreto....hehehehe.

28 outubro 2004

Madame Bovary

....Como não tenho nada para postar e estou com muito trabalho para pensar em algo, coloco a resenha do trabalho de História do Cinema.



Crítica

A análise do filme é prejudicada pela leitura do livro. Por ser baseado em um clássico da literatura, é impossível fugir da comparação entre as duas obras. O filme tem um ritmo lento, câmeras paradas, poucas músicas, e um narrador que conta a história na medida em que o tempo passa. Vale ressaltar que o narrador geralmente não tem a necessidade de se fazer presente, uma vez que o que ele conta é redundante, pois é o que a cena mostra. Na cena em que inicia o baile, o narrador diz: e chegou o dia do baile.

Apesar de ser considerada por alguns críticos uma das melhores atrizes francesas, a personagem de Huppert, Madame Bovary, é inexpressiva e não demostra emoções durante praticamente todo o filme. Entendemos a dificuldade de reproduzir uma personagem Mesmo no dia em Emma diz ser o mais feliz de sua existência, no baile, ela não expressa-se como tal. O filme não consegue retratar a essência da obra de Flaubert. Por ser um romance intimista e existencialista, nós ficamos conhecendo a Madame Bovary através de seus pensamentos, angústias e reações. Apesar do filme manter-se até bem fiel ao livro, a atriz e o filme não conseguem reproduzir a crise que a personagem vive. Mas entendemos e questionamos: como filmar o aborrecimento sem ser fastidioso?

Sem inovações estéticas, o filme é bem tradicional. Os diálogos são quase poéticos, muito semelhantes aos do livro, soam falso. As cenas são sempre muito paradas, com exceção da cena em que Boulanger seduz Emma, onde as cenas entre os dois são intercaladas com a cena do discurso do prefeito, e inclusive os diálogos fazem parte de um único enredo, se misturam e reforçam um ao outro. Outro recurso usado no filme é a reação de Emma quando lê a carta de Rodolphe Boulanger, quando o mesmo desmarca a viagem de fuga dos dois, onde é usada a sombra de Emma. Além disso, quando Emma se envenena com Arsênico, a câmera assume o olhar dela, ou seja, a câmera fica desfocada e cambaleante, como se fosse a própria Emma e os efeitos do veneno agindo sobre ela. Ainda sobre a utilização de recursos, aparece três vezes no filme, de forma abrupta, um cego horrendo, que assusta o telespectador com a maneira como ele aparece em cena.

O ponto mais importante da história seria o baile, onde Emma passa a ter ilusões e a viver literalmente da imaginação de histórias românticas. O estranho é que no filme Emma passa inexpressiva durante a festa, ela observa pessoas com as quais se identifica mas não parece admirá-las, parece que ela apenas observa. É como se Emma estivesse num sonho, e idealizasse tudo o que vive. O filme também mostra a inexperiência da Igreja em abordar problemas existenciais das pessoas. Ao procurar ajuda na Igreja, Emma se depara com o padre, que acredita que quem tem pão e casa é abençoado por Deus e não existe infelicidade.

Algumas críticas sociais ficam perceptíveis no filme, como a futilidade dos valores burgueses, a inutilidade da igreja quantos aos males da alma, a crítica ao romantismo, que ilude a cabeça das pessoas, que passam a achar que a vida deve ter grandes amores e grandes emoções. Emma tem a imaginação exaltada pelas leituras românticas, e isso fica claro no filme. Segundo Neusa Barbosa, (crítica do site cineweb.com.br), “o grande acerto da interpretação de Huppert está em colocar em evidência a enorme sede de viver de sua personagem, aproximando o espectador da humanidade desta que é uma das grandes personagens trágicas da literatura mundial”.

27 outubro 2004

Ainda o saco

....Antes eu falava do saco dos outros, agora vou falar do meu. O meu saco. Mas não o saco fundo, o grande. O saco saco mesmo. O saco popular: a paciência. O saco se enche quando o grau de afetividade é ultrapassado pela vontade de bater. O saco estoura quando a vontade de bater é ultrapassada pela vontade de matar. A gente se fode quando a vontade do saco é saciada. Sempre o saco. É ele quem nos mete em frias, quem tira da boca da gente aquelas palavrinhas escabrosas como “vai tomar no cú” - “qual é o problema?” (a minha preferida) – “vai babar ovo dos outros que tu ganha mais” (permitida apenas para os mais íntimos).

....Enfim, não ter saco é um saco. Agora, prezados peões: como se cura um saco gordo? Ou melhor, como acalmar um saco? MÚSICA. Eis o melhor remédio. De preferência new age ou gospel. Para quem quiser fazer o tratamento em doses homeopáticas comece com Nirvana. Depois Luna. Mazzy Star também deprime. Em seguida, quando você já estiver mais calminho e com vontade de ficar na sua, pegue um Madredeus. A música a margem deles é divina. Renova seu saco por mais dois dias. Quando você estiver prestes a ser uma pessoa boa pode partir pra Dido. Aí já pode esculachar com Enya, Celine Dion, Diana King e Cds de meditação. Sem saco tudo é permitido.

....Preconceitos a parte, o legal é ver o saco dos outros explodir. Mais legal ainda se o explodido for alguém cuja cara você não curte muito. Daí você pode ficar olhando com desdém e dar showzinho de moral, o que contribui para o saco ficar ainda mais rasgado. Ah, que crueldade....hehehe. Mas do saco a gente tem que sempre cuidar. Ordens da mamãe. Minha pequena notável mãe diz que o melhor jeito de segurar o saco é apertar a língua. Para ela, a língua é o que explode o saco. Pode? Hehehehe. Vou parar de escrever besteiras. Já estou de saco cheio deste blog...agora parem de encher meu saco e encham este texto de comentários. Hehehe, virei marketeira, qualquer dia faço um post com apelos por audiência e participação. Só para encher o saco de vocês.

26 outubro 2004

O dia em que papai noel perdeu o saco

Papai noel era um cara muito simpático. Principalmente com as meninas. Gostava de arte - ao menos era o que todos pensavam, e ainda por cima era músico. E tinha mestrado. Em suma, a sensibilidade em pessoa. Todos sempre dizem que os artistas são tão sensíveis que não conseguem lidar com o mundo onde vivem, então se refugiam nas drogas, ou no egocentrismo ou simplesmente são esquisitos. Ou extremamente estúpidos. Ou nada disso. Ou são charlatões. Mas Papai noel era um cara, digamos assim, diferente. Era tarado. Ainda mais por ter se casado com uma nazista. Gorda e cruel. Isso ninguém nunca entendeu. Papai noel era um cara de azar.

Mas todos admiravam papai noel, até o dia em que ele perdeu o saco. Eu vi quando ele (o saco) caiu. Esfacelado, velho, esfarrapado, podre, cheio de horrores, medos e escuridão. Era um saco vazio, sem fundo, sem começo, tecido de desgraças e ilusões. Um saco que escondia um coração cansado e preconceituoso, incapaz de sentir pena. Pena é o maior sentimento de amor que temos. Pensem bem: é pena sim. Pena é o extremo do amor, o amor maior, o amor sem egoísmo, o amor sem pessoa. O Incondicional. Pena. O saco não tinha pena. O saco era cego. Cego para a beleza minúscula da ilusão dos pequenos. A verdadeira beleza: a pequena, a insignificante, a triste beleza que só os olhos pequenos e cheios de pena podem ver. O saco não tinha pena. O saco não tinha olhos. O saco era apenas um farrapo de 60 anos que decorava cifras. O saco era apenas alguém que decorava Munch, Van Gogh, Renoir, Klee, mas nunca foi capaz de enxergar o interior dos ninguéns. Os ninguéns são os verdadeiros artistas do mundo, eles carregam a beleza pequena.

25 outubro 2004

Eu vi na TV

....Deveria existir um órgão que se responsabilizasse por escolher as pérolas das novelas brasileiras e premiá-las. O prêmio poderia ser três anos de exílio no exterior, estudando sociologia. Senhora do Destino: nem as piadas do Casseta e Planeta, diga-se de passagem - um programa muito idiota e com um humor sem graça, ilustram o ridículo desta novela.

Pérola um:
Cena: O jornalista da novela pede demissão porque um anúncio cortou parte de sua coluna. O fato não é tão bizarro, mas a discussão dele com o editor é medonha. O cara fala que se nega a trabalhar num jornal onde o anúncio é mais importante que o conteúdo (ahahahhahahahahahhahaha, foi a piada mais gozada que aconteceu nesta novela). A profissão assume um glamour jamais visto, um exímio exemplo de ética. Um dos discursos mais piegas e falsos que presenciei na telinha nos últimos tempos. Mas confesso que ri muito na hora. Nem fiquei ofendida, eles são muito burros se acham que vão salvar essa profissão decadente (em todos os sentidos) com uma personagem tão melequenta como aquele cara.

Pérola dois:
Cena: Bem, a cena completa não vi, mas a personagem que faz a namorada do José Wilker e chama ele de paizinho, mais abobada impossível, se apaixona por um cara que quase morre para salvar ela. Não sei se era para salvar ela, mas de alguma maneira ele se machucou por causa dela. Meu deus! Aquilo foi muito melequento. Essa novela é uma chanchada. Das mais pobrezinhas. Ótima pedida para o horário nobre.

22 outubro 2004

Coluna do Abnegadus

Humildade

Considero a humildade um dos sentimentos mais hipócritas na aplicação e
o mais perfeito na teoria. Como seria bom se todos fossemos humildes, ao
ponto de sermos idiotas, reconhecendo nossos erros (blarg) e nos
vangloriando de nossos acertos - vangloriando sim, pois, se reconhecer
erros é bonito, porque não reconhecermos quando estamos certos??? -
para que todo mundo saiba como realmente somos.

Quando não aceitamos um elogio, não estamos sendo humildes, e sim
prepotentes, pois desejamos aquilo com tanto sentimento que não queremos
que ninguém saiba que estamos adorando ser bajulados para que não digam
que não somos humildes. No momento em que achamos que somos humildes,
deixamos de o ser no exato momento em que assim pensamos.

Humilde não é ser pobre, maltrapilho. É ser consciente, digno de
respeito e firme em suas posições, quando estas merecerem respeito. O
mundo seria melhor se fosse humilde, os homens seriam melhores se
fossem humildes. Será que não seria melhor sermos honestos ao invés de
sermos humildes? Ou complacentes? Ou Altruístas? Abnegar nossos
sentimentos em favor das outras pessoas???

Não tem jeito, acho que vou morrer ainda hoje.
Fui de novo....

20 outubro 2004

Tempos de solidão

....Josué Guimarães. Trilogia A Ferro e fogo. Saga da imigração alemã em duas faces. Mais que isso, mais que uma crítica social, um questionamento da vida e da aculturação. Da identidade falida, mesclada, miscigenada, de preconceitos fundidos. E fodidos. Grande obra.

....Os índios eram chamados de bugres. No sentido mais pejorativo da palavra. E essa denominação não aparece apenas em Josué Guimarães, mas em Érico Veríssimo, em Cyro Martins. Um dia escrevo sobre Os Ratos, de Dyonélio Machado, este ficará como o livro Malvado do Ano.

....Vale a pena ler. Poucos vão comentar. Hoje estou assim: com cara de resumo. Com poucas palavras.

19 outubro 2004

Viver de perdas

....Nesta manhã estive participando da MEEP - Mostra de Ensino, Pesquisa e Extensão. Me inscrevi em três palestras do professor Fábio Steyer. Sei que alguns vão pensar que fui assistir ao cara por que acho ele muito lindo, mas o cara realmente é muito bom. Ele engloba tudo o que eu queria na vida: entender de literatura e de história. O conhecimento de cinema dele, que é muito, eu não queria. Odeio cinema. Mas se um dia inventarem um processo de osmose do conhecimento, onde por um contato se transfere o conteúdo de um cérebro para o outro, ele seria minha primeira vítima.

....Antes que o Sem Salvação vire um mecanismo de exaltação a professores bonitos, explico que a perda é não ter ninguém nas apresentações. Na primeira parte da explanação do Steyer, sobre um contista quase desconhecido, Telmo Vergara, eu eu mais uma alma penada ouvindo o professor. Na segunda, sobre Jaime Vaz Brasil, novamente uma única alma penada me acompanhava. É uma pena poucas pessoas aproveitarem esse saber.

....Hoje à noite vou me deliciar com apresentações de letras e de história, já que o curso de comunicação social tá muito fraco na Meep. Aliás, esse nosso cursinho é muito fraco. As eletivas que faço com letras e história são mais produtivas, os conteúdos são mais densos. Tenho a impressão de estar fazendo jornalismo de ensino médio. Sabe aquelas disciplinas que só tratam do óbvio e são todas a mesma coisa? Posso estar sendo chata, mas quem faz comunicação social sabe do que estou falando. Talvez a estrutura dos cursos da área seja assim mesmo, sei lá.

17 outubro 2004

Aulas de Preconceito

....Ah, este feriado acabou com minha vida, não quero mais trabalhar. Nem atualizar o Sem Salvação. Mas mas né, é preciso sobreviver de alguma forma, então é melhor voltar logo à realidade para não perder de vista a bandeirinha. Bandeirinha é aquela meta idiota que a gente faz no início do ano e que só o professor Bonfadini diz que adianta para alguma coisa. Nunca consegui minhas bandeirinhas. Acho que devo ser muito pretensiosa...hehehe.

....Vamos falar de pérolas? Colecionei algumas que ouvi em aula nas últimas semanas. Vale até citar uma de uma colega de semiótica, há um ano ou mais.

SIMBOLÓGICO: Essa foi engraçada. Durante a apresentação monótona e chata de um trabalho de cinema, uma colega larga essa: simbológico. Deu o que falar. E o que rir. Foi um escorregão bem perdoável, pois ela citou tantas vezes (deve ter proferido umas cem vezes) a palavra simbologia que o simbológico saiu sem querer.

EPIFANIA X EPITÁFIO: Numa aula de literatura falávamos sobre os momentos de epifania, crises existenciais dos personagens. Foi quando uma colega de Letras (pasmem) perguntou se epifania era a mesma coisa que epitáfio. A professora perguntou:
- Como é que é????
- É que tem aquela música: “É preciso saber viver.........”, dos Titãs, não é uma epifania?
A professora disse que não, mas não explicou nada, de tão abalada que ficou. Putz, é uma disciplina de 7º semestre e a guria pergunta aquilo, até eu fiquei sem jeito, que nem sou do curso. Pra ver que diploma às vezes é sorte.

DEBICADOR DE VACAS: Nas reuniões de amigos até hoje lembramos deste episódio. Foi bizarro, do outro mundo. O professor trouxe para a aula um debicador, instrumento utilizado para quebrar o bico de patos. Uma colega, puxa-saco de primeiro escalão, inteligente e chata que só ela, soltou a pérola que ficará gravada durante anos na memória dos alunos. Até o professor se assustou. O professor explicando sobre o debicador em relação à universalidade dos símbolos, e bla bla bla, e a criatura solta uma mais ou menos assim:
- Mas então o debicador serve tanto para pato quanto para vaca?
A semiótica fez tão mal para a cabeça da pobrezinha que ela achou que vacas tinham bico.

....No fim, somos mesmo todos quase iguais. Até os mais avançados da turma soltam grandes pérolas. Até os professores, seja com jóvens, própios, detrenimento, ou com frases de 10 linhas, sem uma única vírgula para dar paz à respiração. Eu não acredito na salvação.

13 outubro 2004

Filmes e filmes e filmes e tragédias

....Já sentiram o drama né? A Malvada no feriado assistindo a filmes. Culpa do Steyer...ah, e eu achando ele gatinho...tá mais pra gato de botas. Bem, vocês devem adorar ler resenhas de alguém que não entende nada do assunto e mesmo assim dá pitacos. Se não gostam podem parar por aqui.

O fabuloso destino de Amelie Poulain
....Muito bom. Um filme que retrata a eterna busca do ser humano ao desprender. Mas quem consegue se desprender do passado? Só Amelie mesmo. Mas o filme é divertido, um bom passatempo.

Madame Bovary
....Na caixinha da fita dizia que a tal nãoseioque Huppert é uma das melhores atrizes francesas. Achei ela pobrinha. Mas mas, como não entendo nada dessas coisas deve ser birra minha. O filme é muito lento, parece que tem quatro horas de duração. Não é fiel ao livro, ao menos não à essência do livro. Este é o problema dos filmes: como retratar a real insignificância da vida? Não imagino um filme existencialista. No way. Pode até ser que exista, mas não sei não.

Os filhos da guerra
....Muito bom. Mostra o quanto precisamos jogar de todos os lados. O quanto a guerra é similar e não há bandidos ou mocinhos. A guerra não tem razão, é um jogo de interesses onde não há verdade.

....Para completar, li dois capítulos do livro “O roteiro da Intolerância”. Nem preciso dizer que é sobre cinema. Uff, quero passar bem longe das telas e da Tv depois que esta disciplina acabar.


....Estou com alguns problemas de saúde. E como quero ser bem catastrófica e descontar meu mau humor pelo péssimo final de semana e feriado em vocês, vou citá-los:

Gastrite – inflamação causada (no meu caso) pela bactéria H Pylori - não vou tomar remédio, vou apelar pela babosa da minha mãe....chega de gastar dinheiro com esse tratamento que além de muito caro, não adianta nada.
Rosáceas – manchas rosas no rosto provenientes de causa desconhecida, cuja a pomada custa 100 reais. A médica acha que pode vir da gastrite. Vou ver a babosa faz algo por mim.
Disidrose – deficiência no sistema imunológico que não deixa minhas extremidades (mão e pés) transpirarem, “trancando” as bolinhas de suor na pele e promovendo bolhazinhas que ao estourarem deixam a pele quebradiça. Não tem cura e vai e vem conforme meu estado emocional. Tem um corticóide que resolve temporariamente o problema, mas ele também pode ser o responsável por desencadear as rosáceas.
Dentes dançarinos – ok, este vou resolver, que é o que mais me dói.

....Ei, vocês não ficaram com pena de mim? Pelo menos me sinto melhor pois acabo de pedir para o professor me dar 10 e ele me deu. Ahahahahahahha. Cara de pau às vezes nos traz vantagens....

08 outubro 2004

Prato do feriadão: Desculpas nem um pouco malvadas

....Pobre sempre gosta de uma retrospectiva, já perceberam né? O ratinho, o faustão, o fantástico sempre têm o quadro "os melhores momentos" quando chega no final do ano e a globo tem de dar férias aos seus trabalhadores. Estava eu aqui pensando nas melhores desculpas que ouvi em 2004. Sei que estamos ainda em outubro, mas já estou pensando no próximo ano.

....Aí vai a listinha das desculpas para nos divertirmos um pouco.


Rank das mais esfarrapadas

Agora não dá, estamos em um processo de mudanças
....Queria saber quem não está em processo de mudança o tempo todo. Só o funcionalismo público que não muda de estrutura jamais.
Como? Quando? Não fiquei sabendo!
....Estava na internet, foi mandado por e-mail, saiu no jornal, foi pendurado no mural e tem gente que nunca fica sabendo de nada...aí é de cair os butiás...
Eu sabia que isso aconteceria! Pedi duas vezes para ele fazer a tabela...
....Engraçado que as pessoas sempre passam as tarefas de sua responsabilidade para os outros fazerem justamente quando elas não são feitas....


Rank das mais cruéis

Espera mais um pouco, daqui há dois meses me cobra de novo
....Essa é a clássica para quem espera aumento há mais de um ano.
Ih, esqueci de pedir, pode fazer tu o contato?
....Tem de ser muito folgado para sempre esquecer de fazer as coisas na sexta-feira e deixar pra ti te foder na segunda.
Não fique desmotivado, as coisas sempre tendem a melhorar
....Só Jesus acredita na salvação. Só uma alma pura acredita na cara de pau de certas pessoas.


Rank das de quem não tem medo de morrer

Mas tem certeza de que eu não te avisei?
Eu acho que a tia da limpeza botou no lixo
Tem certeza que tu me entregou o relatório?
Quando foi hein? Não lembro...
....Estas não precisam de comentários...e geralmente uma única pessoa consegue dispará-las. Se for corinho, mate, poupe o mundo de mais uma mala.

07 outubro 2004

Manual de Desculpas Malvadas

Dica do dia: Como tolerar alguém que tu não suporta
Daniel: se tu não comentar este texto te mato. Ou melhor, te deleto.


....Nossa, para fazer isso tem que ser muito bom. Ou muito cara de pau. Aguentar pessoas cuja a presença nos dá comichão é uma das maiores provações trabalhistas. Quem consegue ou vai para o céu pela paciência, ou para o inferno pela falsidade. Confesso que não domino esta arte. Sou muito estúpida com pessoas que não gosto. E não pretendo mudar tão cedo. Isso deixa elas longe de mim, sem encherem o meu saco.

....Claro que algumas pessoas somos obrigados a aturar, principalmente quando teu salário depende indiretamente delas. Para cumprimentar este tipo de assalariado, o sorriso amarelo não funciona muito bem. A melhor tática para se usar nessa hora com os grandões, é um balançar de cabeça e um sorrisinho sem mostrar os dentes. Quase a saudação de um servo, com a cabeça baixa para não ser notado aquele risinho debochado que às vezes toma conta da gente. E como acontece isso: a gente vê a criatura vindo e sempre encontra motivos para uma chacota, e aquele debochar cresce dentro da gente e uma vontade enorme de rir da cara do mandão nos sufoca. Nessa hora, é melhor baixar a cabeça e soltar um bom dia quase espiado.

....Outra arma é estar sempre com pressa, sempre atarantado. Isso faz com que eles não te aluguem com papos que geralmente só interessa a quem ganha mais de 2 mil por mês, como férias, viagens, grifes etc. Corinho fala sobre o tempo, sobre a promoção de 50% da loja tal, sobre o aumento da gasolina. Ainda mais que se tu tá com pressa, é sinal que é um bom corinho, o que te promove certa folga na vigilância.

....Quando o insuportável for corinho também, simplesmente te isole. Brigar com corinho dedo duro ou puxa-saco é uma tremenda burrice. E a gente nunca sabe pra que lado que o corinho joga. É bom não arriscar.

06 outubro 2004

06 de outubro - Dia do Corinho

....Estive pensando, nos momentos ócios desta minha folga forçada, sobre o dia dos corinhos. Nós, pertencentes à camada mais baixa da estratificação social da empresa, acéfalos eficientes, merecemos um dia. Putalamerda, até secretária tem dia só para ela, por que a gente não pode ter também? Isso é discriminação de classe!

....Para o Sem Salvação, dia 06 de outubro passa a ser o dia do corinho. O dia do acéfalo. O dia do carrega tudo. Amebaboy day. Paupratodaobra, como um dia me chamou uma antiga chefa. A nazista. Então, corinhos amigos, sintam-se beijados, abraçados, cumprimentados, só não esperem desejo de sucesso, pois vocês sabem que uma vez corinho, sempre corinho! Corinho até o fim!

....Para fechar nosso dia com glória, um Trabalhador de Sebastião Salgado.

05 outubro 2004

A saga

....Hoje, às 14h, estarei atirada na cadeira de um dentista, extraindo meus sisos superiores. Eles estão sobrando, uma vez que seus antagônicos (o nomezinho que o dentista deu) já morreram. Matei eles no início do ano. É o passo que antecede a saga do aparelho ortodôntico.

....Sem dentes, estarei a quarta-feira todinha de molho. Não me conformo de ter de tirar meus sisinhos. Porra, eu tinha tanto dente na boca e agora parece que eles são tão poucos...meus dentes iam até a goela, era incrível, meu dentista sempre dizia que eu devia ter uns 44 dentes..hehehe.

....Como não tenho um propósito de fazer deste blog um diário, logo justifico a introdução. O fato é que os dentistas não se acertam. Explico: meu dentista é o Dr Nelson, apesar de ser bem novinho, deve ter uns 30, ele tem uma cara de bonachão, qualidade atribuída geralmente a pessoas mais velhas. Dr Nelson é o tipo de cara grosso, não tem muitos rodeios, não gosta de fricotes e faz muitas brincadeiras. É totalmente contra eu colocar aparelho, tanto que nem procurei ele, fui direto a um ortodontista.

....O fato é que há cerca de 5 meses meu dentes simplesmente começaram a se mover. Minha mordida mudou e por conta disso tenho dor de cabeça praticamente todos os dias. Fora a dor na mandíbula que por diversas vezes confundi com dor de ouvido. Pegar no sono também é um parto, uma vez que não tem posição que acomode meus dentes, ultimamente mordo um paninho para conseguir dormir.

....O Dr Wilson, o ortodontista, disse que os exames mostram que minha mandíbula cresceu e meu maxilar não acompanhou, o que é perfeitamente normal depois dos 30 anos. Sim, eu sempre sou precoce. Procurei o Dr Nelson para extrair então o siso, e tive de contar o motivo. Ele disse que não existe dentes dançarinos, que eu estava era com bruxismo. Quis resolver meu problema em 20 segundos....aí foi que me deu dor de barriga. O homem não pega uma broca e começa a desgastar meu dente? Quase morri. E nem adiantou. Estou agora com o dente um pouco torto, isso sim. Ah, adoro o Nelson, mas confesso que ele é meio Miguelão.

....Se a madíbula cresce ou não eu nem quero saber. Faço e pago qualquer coisa para poder dormir bem à noite e não sentir mais dor de dente. A sensação que tenho é a de que todos os meus dentes estão se mexendo, se apertando. Nessa guerra entre a verdade sobre a teoria da inércia dentária não me meto.

04 outubro 2004

A escolhida

....Entre centenas de outros eleitores da 117ª sessão eleitoral de Lajeado, fui eu a escolhida para a ser mesária (a 1ª, ok?) neste domingo. Ahahahaha, descrevendo assim até parece que é uma promoção. Poisé, sorte ainda maior trabalhar no domingo com gripe. Poderia ganhar o prêmio "Mérito ao Cidadão" por isso. Estava a Malvada, com um blusão e uma jaqueta, num calor de 25 graus. Tossindo e colocando gotas descongestionantes nas narinas de 5 em 5 minutos. Às vezes penso que a melhor droga que existe no mundo são os descongestionantes...não poder respirar pelo nariz me deixa acabada.

...Nem ao menos o vale de 12 reais para almoçar pude aproveitar, uma vez que só conseguia sentir o salgado e o doce, nada mais. E o pior é que me servi coisas que pela cara estavam muito saborosas...uff. Mas deu para dar boas risadas. Os fiscais de partido são um porre, chatos, desconfiados e neuróticos. Tinha um na nossa sessão que nos deixou possessos. Porque deixamos uma criança de 4 anos ir votar junto com a mãe, ele chamou a “delegada do partido”, que já chegou berrando que era advogada. Ridícula, ela acha que por que é advogada é melhor ou tem mais direitos que os outros? E ainda por cima veio travestida de Priscila, a Rainha do Deserto. O Abnegadus que me desculpe, mas dá para reconhecer uma aluna de direito de longe....só pelos modelitos extravagantes que usam...claro que não são todas, mas uma boa parte. E a delegada do tal partido parecia estar pronta para entrar na Sapucaí.

....Na hora de emitir o Boletim final, veio um outro fiscal, por sinal também aluno de direito na Univas. Ele parece com o Leôncio, aquele personagem de desenho animado, um leão marinho. O cara, além de ser chato, é um pobre coitado e não pode ser mais arrogante. Queria retirar o boletim que deve ficar fixado no local. A anta não chegou a tempo e ficou sem o seu, ameaçando processar a sessão por não ter emitido um a mais para ele. Ahahaha, ele completou o fiasco.

....E eu que tinha todos os motivos para estar brava, só conseguia dar risadas. Ainda mais quando os candidatos passavam estendendo a mão e agradecendo o nosso trabalho. Como se não estivéssemos ali por pura obrigação. A gente vê cada coisa bizarra, cada fiscal ignorante, que acha que pode expulsar eleitor que está vestindo a camiseta do partido, ou que acha que uma criança de 4 anos vai influenciar o voto de sua mãe. Uff, pelo menos agora tenho dois dias para tirar de folga! Oh maravilha!


01 outubro 2004

Aventuras colantes

....Tudo acontece comigo. Vocês já devem ter notado isso. Ainda bem que tenho meu irmão para confirmar minhas aventuras. A nova proeza da diper Malvada: os chicletes frustrantes.

....Poiséné, fui a uma loja de doces comprar chicletes. Sou viciada neles. Gosto muito do plets, é sem dúvida o mais saboroso...mas ele dura duas mascadas e acabou-se. Aí não dá. O Clorets é bom, mas eu ainda prefiro sabores como canela e tutti fruti. Hortelã e menta me dão dor no estômago. Enfim, cheguei na lojinha, determinada a comprar minha caixa de plets canela (R$ 6,45 com 100 unidades) e levar de troco dois chocolates por R$ 0,60 cada, a metade do que os botequins de Bratislava cobram. Ao chegar no recinto, porém, vi uma embalagem de babalu por R$ 3,90. Olhei, olhei, reolhei, parecia um lançamento...era uma caixa estranha, muito barata....O babalu costuma ser 7 pila a caixa. Resolvi, pela impulsividade e instinto de pobre, levar a mais barata. Taquei o babalu de morango na minha sacolinha.

....Ao chegar no caixa, ainda pedi para a atendente se era realmente aquele valor. Ela confirmou. Nunca gostei muito de babalu, acho ele muito doce, enjoativo e como é muito grande, dói a mandíbula ficar mascando. Mas mas né, pela metade do preço a gente experimenta. Ao chegar em casa, fui retirar alguns exemplares para colocar na minha bolsa. Qual a minha surpresa quando me deparo com o conteúdo: não eram chiclés, eram recarregadores de chicles.

....Dá para acreditar que eles agora produzem recarregadores de chicletes??? Imagina, tu masca masca masca teu babalu, quando ele fica sem gosto, tu adiciona o recarregador....ufff. Tive de voltar e comprar uma caixa de babalu tutti fruti, porque o de morango tinha acabado. Tudo para usar o tal recarregador, que é uma merda. Ou seja, gastei 10 pila em chiclé e vou ter de doar tudo ao meu irmão pois tutti fruti com morango decididamente não funciona.

....Vou voltar ao meu velho e pouco durável plets canela. Meu ódio pelo babalu cresceu ainda mais. Odeio babalu. Odeio recarregadores.