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20 novembro 2006

Quando a planta morre não adianta mais aguar

....Eu giro ao contrário para ter náuseas. O tempo todo me pergunto se valeu a pena ter investido em plantas secas. Meu pai gostava de flores, mas não levei mais nenhuma a ele. Tá na hora de voltar e vomitar o veneno amargo que enfiaram entre meus dentes.

18 novembro 2006

Historinhas tristes

....Aula de ética e legislação em comunicação: entra em pauta o assunto pobreza. Uma colega começa a defender a idéia de que pobre é pobre porque quer, porque não luta, porque é vagabundo. O que não me causou espanto. Sempre tem gente que acha que as pessoas são as únicas responsáveis por seu próprio destino (eu quero ser âncora da Globo, vou lá, luto e consigo. Vão se foder). O que me deixou perplexa foi ver que toda a turma concordava com isso. Como não sou boa advogada, não sei organizar direito meus pensamentos (o que me faz ter um ódio cada vez maior por advogados - aliás, decidi que jamais discutirei qualquer assunto com qualquer um deles - sim, sou preconceituosa e estou generalizando, toquem pedras na Geni), minha opinião foi massacrada, somente o professor concordava comigo, embora sem muita convicção em seus argumentos.

....Estou quase me formando. Me dói ver o nível no qual se encontra o conceito de "social" dos jornalistas que estão indo pro mercado. A menina se baseou na sua triste história de vida: filha de pais pobres, teve de lutar muito para conseguir chegar onde chegou. Para ela, qualquer um que tiver estímulos dos pais para estudar e batalhar, como ela teve, conseguirá chegar lá. Tá bom gente, vamos todos agora dar as mãozinhas, lutar e trabalhar, e a pobreza do mundo vai acabar! Gente burra....até os excluídos já se deram conta que essa histórinha de "trabalha vagabundo que tu vai melhorar de vida" não cola. Viver do assistencialismo é uma consquência das condições impostas pela sociedade, e não a causa da resignação a uma vida custeada pelo governo e da falta de vontade de trabalhar. Não me venham com essa teoria maluca de que são pobres porque gostam de viver às custas do governo. Não me venham com histórinhas ridículas de "como eu lutei para vencer a pobreza" e "se todos seguissem o meu exemplo a pobreza não existiria". Podem se largar nas cordas sim, mas isso não é a causa de sua pobreza, e sim, a consequencia. Não existe perspectiva. Me dá nojo ver o otimismo heróico que algumas pessoas têm. Exatamente o mesmo discurso neoliberalista: o sistema perfeito! Permite-se que alguns poucos indivíduos consigam ascender, para servir de exemplo aos demais, e assim, alimentar o absurdo que é a sociedade: alguns vivendo com muito, quase todos vivendo com pouco. Afinal, os dados foram lançados: todos têm chance de ganhar na mega-sena! Palhaçada.

....Por fim, chego a questionar minha visão das coisas: será que estou eu a viver na sombra? Estarei lendo os livros errados, enxergando coisas que não existem, julgando, como a referida colega me acusou, "as coisas de cima, pela ótica de filósofos que nada entendem da pobreza como ela, que viveu e venceu a safada"? Bem, segundo a turma toda, sim. Estou errada. Pobre é vagabundo, safado, gosta de viver às custas do governo. Tudo é uma questão unicamente cultural. Ou seja, tiremos das costas do governo qualquer responsabilidade pela miséria ou má distribuição de renda, afinal, pobre é pobre porque quer. Pensando assim, meus caros, eu, como uma batalhadora nata (aliás, uma de minhas únicas qualidades - chego a esta conclusão depois dos sucessivos acontecimentos), estarei em breve derrubando o Diogo Mainardi para assumir seu posto. Afinal, se eu quero, se eu luto, eu consigo. Nada mais importa. Posso não ter argumentos ou texto bom o suficientes, mas garra eu tenho. Isso basta. Basta!

16 novembro 2006

Ei Zé, vá pegar uma cerveja

Alguém do público jogou uma pedra nela. Com a visão embaçada, retirou-se do palco. Chorou a noite toda, com aquela pedra cravada na alma, mas levantou-se cedo, pois toda a bailarina sabe que a dança continua.


....Várias vezes pensei em cursar psicologia. Mas como fiquei sabendo que não dava dinheiro, resolvi ser jornalista. Hoje, tenho que trabalhar como o diabo na terra santa pra conseguir comprar um maldito colchão. Mídia mentirosa.

....Por que psicologia? As pessoas me tiram pra terapeuta. É sério...tava eu trabalhando nas eleições, chega uma senhora de seus 80 anos, senta-se diante da bancada, pede a tinta pra carimbar o dedão pois não consegue mais assinar, olha pra mim e dispara: "se eu voltasse no tempo, não teria trabalhado tanto e teria gastado tudo o que ganhei". Pô, alta sabedoria da velha. Por isso vou investir meu salário num colchão.

....Ontem mesmo, fazendo uma matéria sobre agroindústrias, um produtor me tirou pra padre. Confessou todas as burradas que já tinha feito na vida. Só faltou pedir minha opinião sobre o assunto. Como não entendo nada de milho, mandioca ou qualquer coisa que viva à base de água, me resignei a ouvir atentamente seus lamentos e a concordar que o governo é um filho da puta. E é mesmo. Vejam bem, a cachaça, por exemplo, tem nada mais nada menos que 81% de incidência de impostos. Ou seja, se tu paga um pila por um martelinho de canha, R$ 0,20 cobre o custo e dá o lucro pro dono do alambique e R$ 0,80 é carga tributária. Isso é mesmo uma merda.

....Agora eu preciso de uma água com gás pra dar barato e ir dormir feliz. Ah, finalmente banda larga em casa. E sem saco pra internet, o que é melhor. Aliás, ando sem saco pra muitas coisas. Ao menos as pedras não têm tributação.

09 novembro 2006

Toca pedra na Geni

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03 novembro 2006

Vucuvucu

Há dois anos estou convivendo com mudanças na minha vida. Nada tênues, por sinal. Parece que o destino está constantemente testando minha capacidade de adaptação. Me saio sempre muito bem. O último caso foi com o CD “As máximas amarelas”, produzido pela DJ Lydia Ly. Ela é minha amiga. Tem um gosto duvidoso, mas é minha amiga...afinal, nessa vida, aprendi que o preconceito fere mais quem o carrega, por impedir que se desfrute das melhores companhias. Enfim, as amarelas é uma referência a um grupo de 3 amigas que, por estarem sempre pilhadas, são as verdadeiras amarelinhas. Sou parte deste grupo, juntamente com a minha Aspone, Si Sun.

Finalizada a obra, nos reunimos a trabalho para verificar os hits selecionados para o disco. Sentamos no computador, com uma garrafa de Brahma Extra ao lado (estou traindo a Bohemia). Só sucessos. Revivemos os mais marcantes momentos (ai, que sonoro isso) de nossa adolescência (e faz tempo...).

Você não liga pra mim (O Polegar) – “eu sou um carro...ela não liga...sou um cigarro, ela não fumaaaa” – isso é poesia, é lindo. A batidinha dá pra balançar legal os bracinhos....fizemos até um vídeo com essa música, numa brilhante coreografia improvisada. Foi um dos momentos mais lindos da minha vida. Pude reviver meu sonho de infância de ser dançarina...fazia tempo que eu não soltava a franga.

Tempestade de amor (Leandro e Leonardo) – “Chuva no telhado, vento no portão” – gente, que imagética esta frase. “E eu aqui, nessa solidão” – rima. “Quando você chegar, tira essa roupa molhada, quero ser a toalha, e o teu cobertor” – romantismo até dizer chega. “Vai começar, vai cair, um temporal de amor” – gente, eu imagino um temporal de amor...cheio de corações caindo, raiozinhos cor de rosa e um casal se beijando delicadamente.

Lua de Cristal (Xuxa) – “lua de cristal, que me faz sonhar, não-sei-o-que a minha vida” – “Xuxa é tudo”, esta declaração da Si Sun resume. Aliás, esta música é o meu hino junto ao grupo...o senso moral não me permite entrar em detalhes...

Outras pérolas
Ele é viado mas é meu amigo (Tiririca)
Vucuvucu (não sei quem é o autor e nem quero saber)
Conga (Gretchen)
Fio de cabelo comprido no meu paletó (xitaozinho e chororó)

02 novembro 2006

Workaholic - a mulher do barulho

....Parece coisa de cinema. Tirei férias (aqui no sul a gente tira, sim, e daí?) para fazer meu trabalho de conclusão de curso. No primeiro dia, tudo pronto para ir pra capital entrevistar meus cases, quando surge uma oportunidade: trabalhar como assessora de imprensa da 3ª maior feira do RS. Largei livros, gravador e passagens para aceitar o trampo. Sim, eu confesso, sou uma viciada em trabalho. Adooooro trabalhar.

....Sobre as atualizações: ando meio atrapalhada com o tempo, não estou conseguindo me organizar direito, muito trabalho...Voltando das férias, estarei envolvida com a Feira no meu tempo extra. Minhas amigas são muito exigentes, querem parte do meu tempo pra elas também...e além de tudo isso, eu preciso entrar na caverna às vezes. Aliás, cada dia estou mais cavernosa, o que é bom. Gosto do meu silêncio, das minhas coisinhas, dos meus pensamentos doidos toda a vez que me sinto longe dos barulhos da vida.

....Ando numa fase Almodóvar. Estou locando todos os filmes do cara. Viciei. Hehehe. Ninguém pode deixar de ver: "Tudo sobre minha mãe", "Carne Trêmula", "A má educação", "Fale com ela". Muito bons.