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29 julho 2005

Dê a César o que é de César

....Em um mural por aí expuseram minhas fotos do espetáculo de dança flamenca da escola Tablado Andaluz e deixaram um cartaz bem grande escrito: visite a turma de lajeado e veja mais fotos. Fiquei puta da cara pois tiraram meus créditos e deram a outras pessoas. Sei que o pessoal do turma de lajeado nada tem a ver com o pato, e até me elogiaram e citaram minhas fotos. Aliás, agradeço a eles pela valorização ao meu trabalho. Mas vamos combinar, nem murais funcionam em Bratislava. No mais, sou da opinião:

Dai a Cesar o que é de Cesar!!!
Porra, o trabalho é meu. Se não ganho para isso pelo menos admitam que é meu.

28 julho 2005

Tudo tem um fundamento – parte 2

A contraditória
....A casa. Sim, a casa me marcou muito. Depois da conversa com meu primo, fui dormir e ainda acordada senti o cheiro da casa de meus avós. Na sala havia um sofá vermelho de couro que tinha as pontas em forma de caracol. Aquelas almofadinhas redondas, sabe? Eu ficava horas pendurada naquele sofá admirada pelas fotografias que eram exibidas em um grande quadro. Tinha fotos tão velhas, já corroídas pelo tempo. Meu pai foi um dos homens mais bonitos que conheci. Ele tinha os olhos azuis num transparente inigualável. Pareciam de vidro, espelhando o céu. A fotos mais bonita dele estava naquele quadro. E tinha uma foto minha também, com vestidinho vermelho, cheio de babados. Uma chiquinha.

....O que a sala tinha de glamour, a cozinha tinha de descaso. Lembro que havia um buraco no assoalho. Mas não era um buraco qualquer, era um buraco fora a fora, que dava para o porão, aberto, lembram? A abertura no chão ficava ao lado da pia e servia para que minha vó jogasse por ele as verduras que sobravam para as galinhas comerem. Claro que o buraco não foi feito para isso, meus avós eram problemáticos, mas não tanto. Era o antigo espaço ocupado pelo fogão a lenha, que foi reinstalado posteriormente em outro local da cozinha, deixando aquele orifício para a felicidade dos galináceos da casa, que nem sabiam que era um passo mais próximo da cova para eles....O buraco era outra coisa da casa que eu não entendia. Ninguém havia me falado nele e o que eu sabia era que a nona jogava por ali os netinhos que não se comportavam direito. Ficava pensando que eu jamais passaria por aquele lugar tão pequeno, mas na dúvida, resolvi nunca incomodar minha nona.

27 julho 2005

Tudo tem um fundamento

....Agora entendo muitas coisas. Depois da visita de meu primo (43 anos, que cresceu ao lado de meu pai) esta semana em minha residência, muitas coisas ficaram esclarecidas. Agora meus amigos podem parar de me perguntar: “por que tu é assim???” pois as respostas foram lançadas.

....Todos sabem da fama dos bozzettos. Especialmente os bozzettos de Boqueirão do Leão, onde meu pai cresceu. Invocados, indiscretos e extremamente generosos. E não é que esse negócio de rótulo familiar funciona mesmo? Pois bem, vou me explicar. Análise psicológica da Malvada. Vocês não imaginavam isso não, né? Que a falta de assunto para postar iria tão longe. Pois foi. Agora vocês vão saber por que sou assim.

A invocadinha
Meu pai era muito, mas muito invocado. Ele morava na roça. Galinhas no pátio, potreiro perto da casa, essas coisas de animais. No turno da manhã ele era professor, e sempre que chegava em casa, após o almoço, ele tirava a tradicional sesta. Mas quando nessas horas algum galo resolvia cantar, ele levantava, pegava sua espingarda e matava. Isso mesmo. O cara matava os galos que o acordavam. Agora entendo por que a especialidade da minha nona era a galinhada, tanto que ela era conhecida como Nona Galeto.

A desastrada
A casa de meus avós era muito alta. Sabe aquelas casas de madeira mas que ficam bem altas do chão? Com um puta porão aberto embaixo? Pois era assim. Lembro que as galinhas sempre ficavam embaixo da casa. Reza a lenda que a nona Galeto era tão distraída, mas tão distraída, que um dia, fazendo a limpeza dos quartos, pegou um penico (naquela época, era comum a construção dos banheiros fora de casa, ficando à noite, para as necessidades, um urinol) cheio até a borda, e jogou para fora da janela. Mas adivinhem quem estava embaixo da janela??? Meu nono. Pois bem, fechou o barraco. Meu primo Mauro conta que a nona prontamente gritou:

- é brodo!!!
Brodo é o caldo da galinha, usado na sopa de capeleti. As pessoas no Brasil (sim, meus avós, se não eram de outro planeta, pelo menos de outro país eram...) chamam de canja.

- dio madonna, brodo nada, é piss! É piss!
(Piss, não sei se é assim que se escreve, é mijo em italiano. Claro que meu nono não era bauco de confundir mijo com brodo...oras)


....Amanhã tem mais álbum de família. Ahahahaha.

26 julho 2005

Coluna do Abnegadus

Este relato foi psicografado por Abnegadus que o recebeu do espírito Apoliom, o qual anda desolado pelas ruas de Bratislava, como anjo da guarda de Madame Malvada...

"Foi um dia especial. Interessante. As ruas de Bratislava estavam desertas. Nem uma senhora pachorrenta andando com suas espalhafatosas pompas, tampouco um tio da limpeza fumando embaixo da árvore. Ninguém. Apenas Malvada, acompanhada de seus íncubos e súcubos, habitava um gabinete fétido e sem vida.

Fräulein Malvada estava nostálgica naquele dia. Uma música, um lenda, um mistério no ar. Do fundo da vitrola aposta no canto mais obscuro da sala ecoava "O Amor e o Poder" do sex-simbol Rosana. Deitada em seu divã, Ela ouvia os retinantes graves e agudos da Rosana enquanto um de seus súcubos filmava a cena, eternizando o momento, imortalizando um ínterim de tempo.

Era uma festa dos infernos. Uns pulando, outros cantando; gargalhadas medonhas se espalhavam pela mórbida Bratislava. Tudo transcorria bem, até que o destino mostrasse suas garras. Em um momento inesperado, as luzes tomam conta do antro, cegando aqueles seres desprezíveis. Um anjo, iluminado, enviando pelo Todo Poderoso, se fez presente à orgia que ali acontecia. Frenético, um dos íncubos tenta desviar a atenção do anjo que fitava Madame Malvada para sua coreografia sensual e caótica da música da Rosana que estava prestes a acabar. Tatu's John. Este era o nome do anjo. Madame Malvada, apavorada, quase cai de sua explendida acomodação, assutada com o ocorrido. Mas, com um aceno, uma porta negra aparece em meio o gabinete,; tentáculos enormes prendem os braços e as pernas de Tatu's John, levando-o para as trevas exteriores. Até hoje não foi mais visto.
Graças aos temidos poderes de Madame Malvada..."

Abnegadus

25 julho 2005

Que bonitinho

....Em épocas de seca os leões saem em busca de comida. Apesar de parecerem fofinhos e simpáticos nas grades, quando soltos e famintos tornam-se poderosos predadores. E isto não é maldade, é instinto.


Ana Nascimento/EFE

22 julho 2005

Madame Malvada escreve post profético

....Se vocês se esforçarem, vão lembrar que há pouco tempo escrevi um manifesto reclamando da vinda do Mc Bola de Fogo e questionando a possibilidade de fazer um abaixo assinado para trazer a Keli Key. Pois então, aquilo foi uma premonição. Dia 23, sábado agora, a dita cuja vem “fazer show” no Forquetense, em Arroio do Meio. Muito bom por que assim dá menos gente no Bidê ou Balde (Soges) e no Back Doors (Anarquia). Ainda não sei para onde vou. Vou deixaaaaaaaar a vida me levaaar pra onde ela quiseeeeer......ahahahahahaha. Rogando praga para vocês, sinto que J Quest está se aproximando......




Por deus que se eles vierem eu abro um moquifão de atendimento espiritual e passo a me chamar "Madame Malvada". Vou deixar essa vida fotógrafa/escultora/jornalista que não traz dinheiro e passo a ser gente.

21 julho 2005

A vendedora

....Odeio vendedoras. Elas são a classe mais mentirosa que existe, depois dos médicos. Fazem de tudo para te embuchar com um pepino. Estão sempre abrindo o provador sem pedir permissão, só para bisbilhotar você. E ainda por cima, quando abrem na hora em que você ainda está se vestindo, ficam olhando para sua bunda e sempre deixam o provador aberto o suficiente para que um babaca fique olhando. E são teimosas, querem agradar te dando números menores e ainda insistem em dizer: “ficou ótimo em você!”, mesmo que o espelho aponte que todo o seu adicional adiposo está para fora da roupa.

....As vendedoras de gabarito têm frases chaves que as destinam ao sucesso da venda:
“é impressão tua, ficou linda!”
“nossa, tu parece até mais magra!”
“é importada?”
“tenho uma igual e não tiro do corpo”

....Quando não utilizam a tática de atacar em grupos. Elas são tão boas no que fazem, mas tão boas, que semana passada fui decidida a comprar uma blusa de malha vermelha, sem penduricos nem babados, simples e vermelha. Saí da loja com um casaco e uma blusa embabadada marrons. Uff....

20 julho 2005

Campanha Coca-Cola deixa a gente ser feliz

....O mundo se rendeu. A Coca-cola lançou uma campanha de auto-ajuda mundial, onde vende otimismo engarrafado. Isso mesmo. Ninguém reparou nas frases idiotas que eles andam colocando nas latas? Aí vão algumas das mais bizarras:


Viva o que é bom – jesuis, esses caras devem pagar uma boa grana para alguém criar uma campanha tão complexa.
Otimismo que se bebe - Bem que eu notava que quando tomo coca-cola o mundo fica mais rosa, os pássaros cantam mais, a vida floresce ao meu redor.....Uff.
Boas vibrações líquidas - energia! Uia.
Pagar mico é ter história pra contar - eu sou mais coca-cola. Não vou mais ter vergonha de pagar mico, pois a coca-cola me ajuda a viver!!!



....E o tiro de misericórdia, que não podia deixar de ser uma campanha na televisão:


Os que não se perguntam se o dia será bom
São os mesmos que também não se perguntam se o copo está meio vazio
Porque para eles o copo está sempre meio cheio
Viva o que é bom. Coca-Cola


....A história do copo meio vazio ou meio cheio é mais velho que andar pra frente. Não acredito que a originalidade chega a esse ponto. E eis aqui pessoal, a campanha decadência com alegria, da coca cola company.

19 julho 2005

Vamos pensar na vida

....Tenho pensado muito na vida e nos problemas que assolam a humanidade. Uma vez um professor me disse que eu era altruísta. Ri tanto, mas tanto, que ele se ofendeu. Mas também né....vamos combinar, não é para tanto. Enfim, algumas questões não saem da cabeça e fazem com que o mundo pare para analisarmos a que ponto chegamos. Tenho perguntas que não parecem ter respostas:

Por que é necessário desligar o chuveiro?
Por que as empresas têm horário de expediente às 7h da manhã?
Por que em Bratislava não existe calefação?
Por que a calefação dos motéis nunca funciona?

....E por aí vai. Se eu citar todos os problemas do mundo vamos nos cortar os pulsos...

18 julho 2005

Pedaços de mundo

....Neste sábado fui até uma velha e desativada fábrica de fumo para fotografar. Tudo coberto pelo pó revelou fotos praticamente monocromáticas. Fica uma mostra para vocês conhecerem um pedaço deste incrível lugar. A fábrica fica em Santa Clara, e é propriedade dos avós de uma amiga. O casal de velhinhos não pode ser mais simpático e receptivo. E eu não poderia ser mais “pergutadeira”, como diria minha mãe. Fiz eles me contarem como se conheceram, se tinham ciúmes um do outro, se a vó era bonita quando nova (a resposta me surpreendeu, o vô resmungou um: “ah, devia ser né?”). Enfim, começamos com um papo de recordações e tal, o vô me explicou toda a geografia original do Estado (ele era caixeiro viajante, e eu, como uma boa ignorante em geografia, nunca tinha escutado falar da metade dos lugares que ele tentou me mostrar, mas fingi bem para não decepcionar).

....Em certo ponto, comecei a questionar a vó sobre a salvação do mundo, o caos, a religião, a globalização, o porte de armas, a vida pós morte e tudo mais. No fim, toda a família sentou-se para discutir os rumos do mundo. E fiquei pensando como esquecemos que as pessoas ficam sábias sem terem estudo algum. Nenhum dos dois cursou faculdade, mas a percepção que eles têm do mundo não é nada limitada. Claro que faculdade não resolve a ignorância de ninguém. Eu mesma, que estou quase me formando, me sinto mais burra agora do que quando entrei, o ensino superior está falido sim. Mas é difícil desvincular o conhecimento ao estudo. Parece um preconceito inerente ao ser humano, não parece?

....Uma coisa que me chamou a atenção, e muito, foi quando perguntei a eles, se eles pudessem ter sido qualquer coisa na vida, ter escolhido qualquer profissão, qual que eles teriam escolhido seguir. A vó não sabia dizer ao certo, mas achava que a área da saúde a atraía. E o vô, ela achava que deveria ter sido político. Ele ficou durante 20 anos como sub prefeito, e, segundo sua alma gêmea (se existe alma gêmea, eles deve ser uma a do outro, com certeza), ele tem um dom incrível para tratar bem qualquer pessoa. Pude comprovar, é verdade.


15 julho 2005

Coluna do Abnegadus

"Na Sala de Espera"

Momentos de angústia antecipam o desconhecido
Aquilo que não se pode tocar, ver, controlar;
O Coração prestes a saltar pelo portal da subsistência
O estômago frenético como uma escola de samba
Mas ninguém me vê, ninguém me ajuda;
estão enterrados em suas revistas e jornais.
Letras sem sentido, musica sem melodia;
Deveras, nem mesmo eu sei o que me espera...
Céu ou Inferno? Paraíso ou Tormento? Anjos ou Demônios atrás daquela
enorme porta?
Se soubesse que morreria nos próximos 15 minutos
O desespero seria motivado e o suicídio, justificado.
Cada minuto é o primeiro, cada segundo o último
O tempo não para e, sem cuidado, me força ao obscuro, nos escurrala
contra o nada;
Como pensar??? As idéias saem acompanhando minhas secreções nasais.
"Escarra na boca que te beija"??? infame e cruel
"Saudades da terra onde nas palmeiras cantam os sabiás"??? Débeis
Nada é tão grotesco quanto esperar, porque a espera é morrer
Morrer sem ideais, morrer sem idéias. Morrer!
Não quero morrer. Hei de ainda viver??? Mas para que viver???
Afasto a idéia da minha morte, mas o sopro de vida, nestes últimos momentos,
em mim não está. O ar entra em meus pulmões como navalhas.
São meus últimos momentos antes dos próximos.
Angustias. Singelas, sutis. Sufocantes Angústias.

By Abnegadus

14 julho 2005

Inspirações

....Voltei a fazer esculturas. Muito bom sentir o barro nas mãos, se moldando à minha vontade. Cada detalhe fica exatamente como imagino. Aos poucos os traços aparecem e é quando ele ganha vida própria que tudo se torna apenas uma consequência, e já não é mais necessário planejar os movimentos com os estecos a fim de esculpir, os movimentos são naturais, como se minhas mãos seguissem o desejo da própria obra.

....Estou esculpindo um rosto com traços indígenas. Cada vez me convenço mais de que o passo inicial pode ser meu, mas depois é como se ele ganhasse vida e se fizesse por si mesmo. Passo um bom tempo o observando, de perto, de longe, de lado, gosto de olhar o inacabado. Meus colegas de oficina me julgam estranha ou egocêntrica. Mas o inacabado exerce em mim a atração, o fascínio. Pensar que o começo é o mais difícil de tudo, e o único momento em que se pensa na obra. Que depois tudo acontece de uma maneira tão natural, como se fosse realmente possível existir um dom para as coisas, coisa que não acredito faz tempo. Fascinante. A inspiração transcende a capacidade humana.

13 julho 2005

No atualization

....Estou muito entretida com meu novo brinquedo. Uma Canon 300D. Veio trocada, eu esperava uma 350D, mas no fim, é um brinquedo bonitinho também. Então galera, vou namorá-la muito, beijá-la e clicá-la e esqueço do resto do mundo nesses momentos.

12 julho 2005

Nabuco se salvou

....Pessoas, hoje entra no blog mais um colunista. Depois do Abnegadus e do Paulo, que me abandonaram na triste carreira de blogueira, arranjei uma sarna para me coçar. Então, apresento a vocês meu novo colunista: Nabuco, o derrotado pela vida. Apesar de ter exigido que o mesmo se identificasse e mudasse seu apelido para poder ser meu colunista, ele se negou terminantemente. E como o texto tava bom, resolvi ceder.

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Holandesas

Não havia muitos detalhes naquela casa, tudo parecia ser velho e limpo. Janelas muito grandes davam a impressão de se estar numa grande varanda, com vento ondulando as cortinas e os tecidos sobre os móveis. Tudo contrastava, as roupas extravagantes, os perfumes enjoados e a maquiagem colorida de Amelie não poderiam vir daquela casa. Tudo era tão simples, tão velho. Esperava com uma xícara de café minúscula, que mal cabia em minha mão, que a empregada ofereceu. Devia ser holandesa, os detalhes muito pequenos e azuis na porcelana trincada eram sem dúvida uma velha e nobre obra de arte. O café estava sem açúcar, mas precisei de apenas um gole, não foi sacrifício, acabou logo. Ouvi estalos de madeira, passos, e logo descobri Amelie no alto da escada. A claridade deixava-me apenas contemplar seu desenho. Nunca ela me parecera tão bela quanto naquele momento. A sombra lhe dava contornos generosos e a vida naquele momento virou um filme em preto e branco. Muitos contrastes.

Amelie desceu vagarosamente, tive a impressão de ouvir um dos Stabat Mater naquele momento. Um suspiro sofrido apertou-me mais que devia. Pensei em desistir, afinal não era meu papel aquele. Fui ao seu encontro e dei-lhe o embrulho que trazia nas mãos. Sem cerimônias, ela o abriu, como a quem despe-se de uma roupa pesada. Deu-me uns trocados e ficou me olhando, como que me varrendo dali. E eu continuava ouvindo Stabat Mater. Sai da velha casa em preto e branco, enquanto Amelie permanecia ali, colorida e perfumada, com as xícaras trincadas.

Nabuco
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11 julho 2005

down slow - a triste história de uma falida

....Li num blog que o The Cure vai aparecer no Brasil em setembro. Ai, eu morro com isso. Amo The Cure, amo, amo, amo!

....Queria ter dinheiro para ir ver Rolling Stones no Rio de Janeiro, meu colega de trabalho vai, preciso dar um jeito de ir junto.

....Outro show que está próximo é o The Strokes, estamos organizando topic, quem tiver interesse, grita. Vai ser dia 25 de outubro, em Poa.

....Estou muito mais pilhada para ir no Moby, em agosto, mas vai ficar muito salgado pro bolso e meus amigos não curtem Moby...ficaria sem parceria.

....Outro boato que rola é que o U2 faria um show no Brasil, com a exigencia de que o palco fosse no meio do mar. Sim, era só o que faltava.

08 julho 2005

E quando a vida é uma mentira

Mentira, s.f. 1. Ato de mentir; 2. persuasão falsa; 3. falsidade. 4. afirmação contrária à verdade a fim de induzir ao erro.



....Qual o sentido da mentira? Mesmo, estou falando sério. Qual o sentido? Quando ela não serve para preservar alguém, quando ela não serve para evitar confrontos desnecessários, quando ela não serve para fazer alguém mais feliz. Ou menos triste. E então, nessas horas, qual o sentido dela? Será que existe alguém capaz de usar a mentira, de usar outras pessoas, para qualquer razão que não seja as acima citadas?

....Uma mentira pode acabar com a vida de alguém. Muitas mentiras prejudicaram muitas coisas na minha vida. Mas o melhor da mentira, é descobrir que em meio a tudo, existe uma grande verdade: a de que somos infinitamente falhos e de que o perdão não é mais do que uma mentira.



Mentira lo que dice
Mentira lo que da
Mentira lo que hace
Mentira la mentira
Mentira la verdad
Mentira lo que cuece
Bajo la oscuridad
Mentira el amor
Mentira el sabor
Mentira la que manda
Mentira comanda
Mentira la tristeza
Cuando empieza
Mentira no se va
Mentira, Mentira
La Mentira...
Mentira no se borra
Mentira no se olvida
Mentira, la mentira
Mentira cuando llega
Mentira nunca se va
Mentira la mentira
Mentira la vaai
Todo es mentira en este mundo
Todo es mentira la verdad
Todo es mentira yo me digo
Todo es mentira ¿Por qué será?


07 julho 2005

O que se diz da dor

Dizem que os arianos têm muitas dores de cabeça
Os precupados de estômago
Os ansiosos no peito
Os carentes na alma

E os que amam, que dores têm?
As do corpo.

06 julho 2005

O dia em que a Cigana foi lograda

....Chego em casa ontem e meu irmão pergunta se eu já sabia da mãe e da cigana. Curiosa, fiquei atenta à narrativa, pois minha mãe sempre se supera, e com as ciganas então, deveria ser uma história e tanto que meu irmão tinha para contar. Às vezes as pessoas se admiram por que escrevo tanto sobre ela no blog. Mas vocês não percebem? Minha mãe faz cada uma que nem preciso enfeitar para contar. O fato por si só é uma pérola. Lá vamos nós, o prato do dia: o dia em que a cigana foi lograda.

....As ciganas chegam lá em casa e como é de se prever, minha mãe recebe todas com sorrisos.

- Vai cobertor vizinha? É vinte pila.

- Vinte? Muito caro, pago dez.

....Depois de muita negociação, choro das ciganas, choro de minha mãe, uma italiana das bravas, chegaram a um acordo: o cobertor sairia por 12 reais. Mas minha mãe sabia que ela tinha só dez pila em casa. Astuta como só ela, sabendo que as ciganas fazem qualquer negócio, entrou dentro de casa, pegou os dez pila, um xampu usado (de uma vagabundice só), uma xícara de café e uma de açúcar e deu para a mulher.

- É isso o que tenho. Pode ficar com a embalagem do xampu.

....Agora todos sabem por que me nego a ir às compras com minha mãe. Ela é muito chorona. Deveria ter deixado ela negociar minha câmera com o contrabandista, ele faria quase de graça. Acho até que daria a comissão dele para ela de tanto ela encher o saco. Ahahahahahahaha. Nunca tentem vender nada para ela, se prezam a minha amizade. Vendo natura e é um parto para cobrar toda a vez que ela compra algo. Tenho que dar até desconto que não ganho. No fim, pago para vender.

05 julho 2005

A vida como ela é – parte II

....Dia de contra-choque (demonstrativo salarial em Bratislava) é dia de festa. Prenúncios de que nos próximos dias a plebaiada vai lavar a baia comendo doces e guloseimas nos botecos da cidade. Como pode o dinheiro ser tão bom? Ou melhor, o que você faria se tivesse muito dinheiro?

04 julho 2005

Engodos de sábado à noite

...Sábado à noite. Meia noite. Saio com meu irmão e sua namorada. O destino: inauguração de uma pastelaria em Estrela. O quadro da dor. Max Lima tocou algumas baladas românticas. O público: um monte de véias vestidas para matar, literalmente atoladinhas. Estava entrando em depressão, quando o tal Lima pára de tocar e a dona da pastelaria coloca um puta pagodão na fita. As véias enlouquecem. Cantam e dançam como gazelas ensandecidas. Pareciam estar chapadas de boletas. Aliás, estavam. Outra coisa não justificaria aquele espetáculo bizarro. Ressalto a atenção para duas delas: uma, devia ter uns 55 anos, manequim 48 sendo que a calça jeans branca devia ser uma 42, pois ela nem conseguia se mexer dentro dela. Estava aprendendo a sambar, e sua mestre, a outra, de cabelos lisos e franjinha cacheada, sambava mais com os seios que com os pés. Nunca vi nada igual. Foi engraçado. Mais engraçado foi ver o quanto elas se divertiam e o quanto eu me afundava num copo de água mineral com limão e gelo, apunhalada pela solidão. Queria eu também me atolar num jeans branco e dançar até sentir os pés sangrarem. E olhar para a cara das meninas de 24, escandalizadas com o atrevimento e que enchem a cara de água mineral, e mandar elas tomaremnocu.

01 julho 2005

Viver com prazer

Ontem conheci uma prostituta no bairro santo antonio, a “neguinha do trevo”, como é conhecida. Ela é bonita, anda com roupas “da moda” e tem os cabelos domados com muito gel, em forma de cachinhos. Fala arrastado e é muito extrovertida. Pediu o que eu fazia ali com aquela câmera fotográfica. Estou registrando o Projeto Social. Ela pediu que eu tirasse uma foto dela. Claro que sim. Faz pose então. Tá. Como ficou? Ah, legal. Gostei. Mas não mostra pra ninguém. Tá. Ela passa a mão no meu rosto e me diz: queria também ter olhos verdes, tava olhando uns preços de lentes de contato mas são muito caras. Hmmm, não ia ficar bem pra ti olhos verdes. São bonitos pretos. Tu tá mentindo.....To não, acho mesmo bonito pretos. Ah...mas eu ainda queria ter olhos verdes. Novamente ela alisa meu rosto, retribuo com um sorriso. Hoje to indo trabalhar atrasada, mas sabe que não faz mal? Sempre tenho trabalho. Onde tu fica? Perto da rodoviária. Hmmm. E tu, trabalha com foto? Não...quer dizer, sim. Bem, mais ou menos. Foto mas não só foto. Ah, eu só trabalho com sexo. O bom é que a gente trabalha com prazer! Ela então mostra todos os dentes com a gargalhada. Eu também, adoro fotografar, é muito bom fazer o que se gosta. Não tem preço. Um dia tu faz um book meu? Faço. Quanto tu cobra? Não sei...não tenho idéia de quanto cobraria, mas pra ti eu faço um desconto. Ela responde com um sorriso, me dá um beijo no rosto e vai embora. Eu fico ali sentada no meio fio da calçada. E penso como é bom fazer o que se gosta na vida.