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30 março 2006

discursinho de bêbado de boteco

Algumas conquistas não são comemoradas. Talvez porque o tempo deu a elas menos importância. Talvez porque os valores mudaram – e mudam a cada milésimo de segundo. Talvez porque outras conquistas maiores vieram. Talvez porque o fim do caminho mudou. Tenho medo de me prender em pequenas conquistas. Quero minhas asas livres para voar. Por isso não olho para minhas amarras...deixo elas ali, quietinhas e finjo que não são minhas. Meço conquistas pelo tamanho das asas delas. Este poderia ser meu epitáfio.

...Voltando agora aos bêbados de boteco. Fico puta da cara quando alguém vem apontar o dedo no teu nariz dizendo que o que tu faz é errado. Oras, o nariz é meu. E é um grande nariz, diga-se de passagem. Se eu quero morrer virgem, dar pra todo mundo, beber até cair, virar anjo, dançar funk, ouvir samba: o nariz é meu. E foda-se quem gosta. E foda-se o porteiro. Os amigos dos amigos. A vizinha da frente. Todo mundo tem que se foder. Aliás, é uma boa solução. As pessoas são muito chatas, eu não quero mais ficar aqui. Parem o mundo que eu quero descer.

....Na vitrola: Anunciação – Alceu Valença.