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23 março 2006

O macumbeiro cínico

....Não sei se vocês sabem, mas eu tenho um vizinho macumbeiro. Ele anda causando fúria na vizinhança por ser o principal suspeito pelo sumiço da criação de galos de rinha que meu outro vizinho tem. Ele jura que a criação nada tem a ver com o esporte(?) mas até hoje nunca vi canja de galo magro. Tudo bem, a vida é assim mesmo. Uns fingem que falam a verdade e o resto finge que acredita. Particularmente não gosto de canja, mas de uma boa briga eu nunca vou fugir.

....Saber brigar é como sexo: você pode até ter mais de um orgasmo se estiver com muita vontade. Ou se o adversário for à altura. Brigar é como jogar porta à fora aquelas migalhas que ficam embaixo do tapete. Tapete sujo me dá nojo. Uma das melhores coisas numa briga é você saber que tem a razão. Explico: eu tinha a razão. Aliás, sempre tenho. Andei me enrolando numa história e acabei com fama de algo que não sou. Como detesto injustiças (ahahahahaha), só sobraram duas alternativas: tentar impôr minha opinião ou chutar o pau da barraca. A opção mais divertida sempre é chutar o pau da barraca, ainda mais se o adversário for cínico. Meu deus, eu amo pessoas cínicas. É muito fácil acabar com elas porque todo o fraco se esconde atrás do cinismo ou da ironia.

....Lembro de um colega muito irritado que eu tinha que se engalfinhou com uma pseudo punk intelectualóide (o estereótipo perfeito de um aluno de comunicação social. Eu adoro estereótipos). Ela veio toda cheia de si, com milhares de encenações e piadinhas. A ironia estufa o peito das pessoas. Ele precisou apenas dizer que só perderia tempo com ela se ela tivesse coragem de sair de trás das piadinhas e dizer tudo o que pensava de cara limpa. Claro que os fracos não falam o que pensam. Eles só usam metáforas. Naquele momento víamos a cena acadêmica mais linda presenciada numa aula de psicologia da comunicação (o destino sabe ser irônico com classe, diferente dos seres humanos). Ele nem precisou de um macumbeiro.