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08 março 2006

O que é pior?

Escolha, se for capaz: derrubar uma escultura na casa da chefe ou ter uma colega de trabalho com sarna?

....Se a lei de Murphy realmente existe, ela foi feita inspirada na minha vida. Não, não sou nenhum um pouco modesta, tampouco tenho sorte. Ou as pessoas não contam suas desgraças ou sou premiada. Mas vamos aos fatos.

....Ontem tinha um “open day” na casa da chefe. Fiquei brincando o tempo inteiro com a sonoridade pomposa do evento, me referindo ao “eupeidei” do dia. Brincadeira por brincadeira, nem imaginava coisa mais trágica do que peidar no apartamento de luxo de uma chefe. Mas existe sim: derrubar uma escultura. Estava eu a passar com meu pratinho de guloseimas lotado de pastel e docinhos. Não calculei direito o tamanho da minha bunda e sem querer derrubei uma escultura chiquetérrima que estava na mesa. Ainda bem que a obra era desmontável (na hora jurei que tinha quebrado o troço, mas não, ele só se abriu todo no chão). Ainda tive a cara de pau de olhar pra trás, mirar apavorada aquele monte de ferro ali jogado e soltar a pérola: “gente, será que fui eu??”.

....Seguimos comendo e entupindo o cu de pastel. Volta e meia fazíamos uma piada secreta com nossa colega de trabalho, que está com um pequeno, leve e super contagioso probleminha de pele, que resolvemos apelidar carinhosamente de sarna. Todos evitaram qualquer contato com a menina, coitada. Na hora de ir embora: um novo drama. O que seria pior que derrubar uma obra de arte egípcia da casa da chefe? O que? O que? Alguém chuta? Sim...descer no elevador com teus colegas, a sarnenta e a chefe junto. Pela lei de Murphy, a escolhida a ficar ao lado da sarnentinha fui eu, que esmaguei meus colegas de trabalho, socando-os no canto do elevador. A Relações Públicas teve um ataque de riso na hora, sentindo o drama de se ver afofada por mim num elevador luxuoso. Do outro lado, ficou a chefe (estranhando visivelmente o comportamento irregular de seus súditos) e a pestiada. Todos sufocando risinhos por conta da cena ridícula que se dava naquele ambiente bem propício para a proliferação e contaminação de bactérias degeneradoras da pele.

....Fico pensandonessas horas: porque raios as coisas mais divertidas da minha vida acontecem comigo e eu não tenho a chance de ver de fora? Imaginem que cinematográfico ver alguém derrubando uma escultura, ainda mais se for de um chefe, e no mesmo dia ter de olhar apavorada para uma colega sarnenta e apertar os colegas contra um canto. Eu ficaria horas rindo da cara do infeliz capaz de ter tanta desgraça num dia só. E comovida, pediria a deus pela alma da pobre criatura. Por favor, criem uma comunidade no orkut: “A Malvada passa tranque em crianças mas a culpa é do destino, que judia dela” ahahahahahhahahahahaahahha. Auto-piedade é a alma do negócio.