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03 janeiro 2005

Vésperas

....Perdi meu aparelho. Isso mesmo. Meu aparelho de dentes, perdi. Quando fui escovar os dentes, notei que algo estava estranho. Abri a boca e olhei-a no espelho: meus dentes estavam tortos. O incrível é que eles ficaram mais tortos do que eram antes. Fiquei apavorada e me perguntando o que o idiota do dentista tinha feito comigo dessa vez. Mas olhando mais atentamente, senti falta de algo...claro, o aparelho! Meu Papai do Céu, onde eu havia enfiado o aparelho? Onde? Vocês sabem que eu vivo perdendo tudo. Meu irmão que o diga, pois dos 5 Cds que me emprestou, devolvi 2. Os outros 3 só o destino sabe quando vou encontrar.

....Me rogando pragas por ter conseguido perder o aparelho e entortar os dentes por conta disso, percebi (vejam que inteligente) que o aparelho é fixo, logo eu não poderia ter perdido ele. Então veio a constatação pior: eu engoli meu aparelho. Putalamerda, até o fio de ligação, as bandas, tudo tudo. Onde isso iria parar? Eu iria morrer por causa da ferralhada toda! Caralho. Liguei para meu dentista. Liguei liguei liguei e ninguém atendia a droga do telefone. Lei de Murphy, só pode ser, quando precisamos falar com alguém com urgência, é batata: o telefone ou está estragado ou não dá linha. Por que não peguei o celular dele? Essas coisas a gente nunca prevê. Engolir um aparelho por exemplo.

....Acordei indignada por que o consultório do cara estava fechado. Olhei para meu celular: quatro horas da manhã. Era por isso que o dentista não atendia o telefone. Ainda incrédula, fui ao banheiro conferir a arcada e lá estava ela: cheia de penduricos, ferros, arames e borrachinhas vermelhas. E o pior é que eu realmente tinha tentado ligar para ele do meu celular. E o trágico é que eu sonhei tudo isso graças a uma das borrachinhas que eu engoli esta semana e fiquei meio apavorada pensando se era possível um bract (não sei como se escreve, é o nome de cada uma das garrinhas que colam nos dentes) se soltar do dente e eu comer ele.

....Era véspera de volta ao trabalho. Só pode ter sido isso que desencadeou a crise de desespero, culminada com um ataque no meio da noite e várias ligações para um consultório. Ainda bem que eu não tinha o celular do dentista! Podia ter sido pior....