Malvada: a saga - part B (pq agora eu faiz ingreis)

....Raul disse: a formiga só trabalha porque não sabe cantar. Eu digo: eu só trabalho porque minha voz é feia. Porque se fosse bonita, com a sorte que tenho, seria cantora de tango na rua Florida. Mas se eu não tivesse a voz bonita e tivesse capital de giro, provavelmente seria sócia de algum bingo voltado à terceira idade....é o melhor público entre todos os nichos de mercado...se colocar uns locutores meia-idade metidos à galã de novela mexicana, então, fidelidade na certa. Caso não tivesse voz bonita, tampouco capital de giro mas tivesse um bom gingado, seria dançarina de grupo de pagode. A minha natureza (a)bundante garantiria um lugar de destaque num grupo de média categoria.

....Contando com a hipótese de ser desprovida de boa voz, bom capital e bom gingado, restaria talvez a graça de eu ter um Q.I. acima da média, o que abancaria minha bunda no gabinete de algum político, fazendo nada e ganhando num mês o que um pai de família (40 anos de morte de Che...óóó) recebe em um ano de trabalho. Caso fosse eu desprovida de qualquer uma das competências acima citadas mas com um bom coração, poderia me dedicar à assistência social. Já na falta deste e contando apenas com um senso de justiça desmedido em função do ego e tendo o umbigocentrismo como explicação de vida, poderia tentar direito*. Talvez se tudo isso me faltasse mas deus, em sua graça, me tapasse de talento para formular frases complexas como: o que/quem/quando/onde/por que, eu faria jornalismo. E no caso do filhodaputa me tirar o talento e em troca me dar amor pela fotografia e por gastar dinheiro com flashes e sombrinhas pra fotografar pinguins, eu seria assessora de imprensa.

....É o que eu sempre digo: a vida da gente não é nada previsível.


*não vale fazer beiço, nata, isso são só aulas de preconceito...estude e verás a glória da vida em sociedade