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05 setembro 2007

Malvada: a saga

....Estava pensando no que eu queria ser quando era pequena e no que me transformei. Ainda bem que nem papai noel tampouco g-zuz escutam as criancinhas, pois se assim fosse, estaria eu fodida. Bem fodida. Primeiro porque eu sonhava em ser a vovó Mafalda. Segundo porque eu era apaixonada pelo Fofão. E terceiro porque eu pretendia ganhar dinheiro copiando à punho papéis de carta e revendendo a coleguinhas pouco criteriosas - vamos assim chamar para evitar constrangimentos (bando de burras). Sim, eu vendia papéis de carta que desenhava na janela do meu quarto - já naquela época, pouco habilidosa mas com uma imaginação do capeta, colocava os originais no vidro, contra a luz do dia, e copiava os desenhos descaradamente. Não, eu não era capitalista. Apenas não usufruia de arrego em casa para comprar guloseimas no colégio e me apoiava na permuta dos papéis por balas e chocolates para saciar minhas necessidades calóricas. Afinal, desenhar cansa.

....Chegando na adolescência, resolvi que seria cantora, mesmo ciente de minhas limitações vocais (minha voz é mais feia que bater em mãe). Apostei na superação de meus próprios limites. Entrei para um coral e participei de algumas aulas de técnica vocal. Óbvio que não surtiram efeito. Decidi então, não baixando a cabeça diante das dificuldades impostas pela vida, continuar na luta para realizar meus sonhos. Claro, tive de trocar de sonhos, mas tudo bem, isso é mero detalhe. A fama era meu objetivo. Entrei para um grupo de teatro. A desenvoltura no palco garantiu meu papel como protagonista e lá fui eu tentar dar certo na vida. Aplausos, clap, clap, eu feliz, radiante, amparada por elogios e tudo mais que o sucesso em profissões falidas proporciona. Quando olhei o VT (sim, isso é do tempo do ariri pistola) fiquei petrificada ao ouvir minha voz naquela porra e jurei nunca mais subir no palco.

....Depois desta decepção como atriz provei à vida que nada, porra nenhuma, sofrimento algum é capaz de derrubar a Malvada, a vilã da rua Manaus. Fui cursar jornalismo e fundei este blog. E para você, que está me lendo agora e se perguntando "qual o segredo do sucesso desta mulher" eu respondo: em terra de cego, quem tem um olho é caolho. Ahahahahahhahahaha.