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13 julho 2007

encontro de águas

....Assisti uma reportagem, quando pequena, sobre o encontro de dois rios que, ao juntar seus leitos, eram duas cores de água que incrivelmente não se misturavam. Penso que a gerência da maioria, na verdade, da totalidade das coisas, não nos pertence. Tem algo de maior por trás de tudo para nos empurrar de um lado a outro, enquanto assistimos enjoados o embalo de tanto vai e vem. Ou então, nada tem muito sentido mesmo. Na verdade, sempre me considerei uma desacreditada, em tudo, em qualquer coisa. Não tenho opinião sobre religião, pra mim nada e tudo é possível. Assim, simples, sem mistério: acho inútil tentar definir qualquer coisa que no fim das contas, não muda em nada (objetivamente falando) a nossa vida, o nosso cotidiano. Antes fosse eu fervorosa por alguma crença besta, já que esta minha incrível capacidade de me apaixonar desesperadamente por tudo o que eu acredito não me abandona desde a infância. Antes fosse eu uma cética assumida, a conviver normalmente com qualquer pessoa, sem muito me aprofundar em sentimentos que no fim, não mudam em nada, objetivamente falando, a nossa vida. Não que isso me preocupe muito, afinal, se não temos gerência, porque ficar pensando em que decisão tomar quando se aproxima o encontro dos rios?

....Qual a pergunta que deve ser feita na hora do encontro? O que nos move a tomar aquela decisão, aquele rumo, aquela escolha? Qual parte de minhas perguntas todas eu vou satisfazer desta vez? Isso parece auto-ajuda. Ou auto-flagelação. Mas no fim, sou quase auto-suficiente. Mas nem sei se tudo isso é separado por hífens. O quase é o que permanece em cima do muro....o quase. Como o hífen, separando o indissociável. Como um hímen, separando o intocável. No fundo, no fundo, nenhuma decisão vai mudar o curso da vida, porque somos apenas um ponto, um sinal, no meio desse monte de textos. Então, qual a pergunta que eu vou satisfazer desta vez?