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07 junho 2007

acabou

O tempo pode ser classificado em 3 níveis de atuação. (1) O imediatismo - a necessidade de se ter a notícia, que seria o responsável pela superficialidade das matérias e da perda do respeito para com os fotografados, que se tornam donos de mercadorias (informações) perecíveis. A própria evolução do jornalismo, como aponta Augusto, teria sido a responsável por conceder este aspecto superficial. (2) O instantâneo – o fotógrafo não terá uma segunda chance de fotografar uma cena, as coisas não se repetem, o que para o repórter de texto pode se recuperar, para o fotógrafo perde-se para sempre. Este tempo cronometrado seria o responsável pela falta de reflexão do fotógrafo, que precisa ser rápido e instintivo. (3) Morte da notícia – ao ser publicada, já será velha, ela precisa mostrar mais do que as mídias em tempo real (TV, rádio, internet) podem mostrar.

O tempo no jornalismo não é ditado apenas pela “hora do fecho”, mas há uma outra preocupação que envolve os fotógrafos em relação ao tempo, que é a morte da notícia. Os novos meios, incluindo a televisão, podem ter reduzido, aponta Sousa (2000), a autoridade social do fotojornalismo em representar o mundo, por isso surge a necessidade de encontrar um novo uso social e nova função e se desvencilhar das amarras da rotina e convencionalidade para “mergulhar na autoria” (Sousa, 2000, p. 224). Ou seja, a pesquisa mostra que os fotógrafos carregam a preocupação em ultrapassar o tempo, a validade de uma fotografia, afinal, a notícia de amanhã será velha, uma vez que a televisão, a internet e o rádio já terão veiculado a mesma. Neste sentido, justifica-se um novo fazer fotojornalístico, que ultrapassa o simples retrato da realidade para adentrar na (re)construção da mesma.

E é isso....acabou.