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27 janeiro 2006

Revirando a história

....Este texto fiz na primeira série do ensino médio, em homenagem à minha professora de história da época, que tinha um cabelo horroroso e enorme e mentia pra caralho. Vivia inventando histórias espetaculares que nunca aconteceram. Ela usava muita maquiagem. Mas muita mesmo. Ah, e a coitada ainda era cleptomaníaca. E tinha um pé enoooorme. E só queria saber da Idade Média. Meus colegas me aplaudiram quando li o texto na aula de português. Lembro como se fosse hoje: até a professora rendeu-se à minha maldade e teve de rir de sua colega de trabalho. Agora, quase dez anos depois, me mijo de rir da minha cara de pau. Já naquela época eu mostrava o demônio em que me transformaria.

Freud explicou, a história lamentou

Freud explica: cleptomaníaca medusiana rouba a história do Brasil. Um crime hediondo. Rodrigues Alves reluta, Getúlio se debate, mas são esmagados por um dacota 39, que desliza atritadamente na meia de lycra e no talco pra chulé.

O Bozzetti tenta industrializar, mas a fúria dos cabelos biônicos arrasta para os confins do mapa a idade moderna. Mãos trêmulas, bolinhas no quadro, as sirigaitas e as saboneteiras são o carma de sua história. E, para compensar, João VI esconde coxinhas de galinha nas calças.

Tudo engano. Freud explica: Flagelo dos deuses, assassina da corte real brasileira. Suas ondas cinzentas escondem piolhos nutridos pelo mais vil e sanguinolento fato histórico: as heresias, as pecaminosas heresias que vieram tarde demais e nos olhos embulitados da bêbada se esvaineceram de vingança.

A maquiagem em super camadas tapa os buracos das plásticas, a base cuia, os olhos de azul e a matraca falante vermelha. Freud explica: a necessidade de matar historicamente as revoluções vem da falta de senso do ridículo e da sobra de cabelos.

Nota do interino: pela primeira vez a Malvada fez jus ao nome. Tadinha da progessora camufléia (= mocréia camuflada)...