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21 novembro 2005

Se o inferno é aqui, pasárgada é ali

....Todo o final de ano é a mesma coisa. As pessoas correm para as lojas de 1,99, ou então para a mais nova criação do homem: o mundo um real, e enchem o carrinho (sim, porque pobre em loja de 1,99 compra as coisas mais bizarras e inúteis possíveis, o que demanda um grande volume de compras, pra “aproveitar o preço” - jesus quanto preconceito, estou me aperfeiçoando cada dia) de penduricalhos e bugigangas natalinas. A moda dos meus vizinhos, influenciados pelo ótimo gosto da minha mãe, é cortar garrafas pets e virá-las de bunda nas árvores, tendo o cuidado de amarrar uma fitinha vermelha em cada uma delas. Mas não pensem que usar apenas a bunda da garrafa implica em desperdiçar material natalino...ledo engano....com a boca da mesma, eles enfiam uma vela dentro que será usada na missa de natal, na capela que, para a minha felicidade, minha mãe preside.

....Pois bem, sendo filha da presidenta da furunfada toda, tenho de ficar horas a fio (enquanto poderia estar com a bunda bem acomodada em frente ao computador, comendo pingo d'ouro e vadiando no msn e afins) cortando saquinhos, colocando balinhas dentro dos saquinhos, um bombom dentro de cada saquinho (pobre é foda...UM bombom por criança...crueldade, e ainda são aquelas coisas horrorosas...chinoca é o nome do doce...credo, que custava comprar um ouro branco pros coitadinhos...Chinoca tem gosto de sabão, fora o nome, que tira o apetite). A vida realmente não sorri, e sim dá gargalhadas da minha cara....Mas tudo bem. Isso a gente enfrenta. Agora, a minha mãe que tire da cabeça que vou me vestir de papai noel. Ah não, tô fora, que se foda. Não vou usar aquela roupa ridícula num calor de 40º (quem foi o filhodaputa que inventou que papai noel usa tanta roupa, ainda mais cheia de pêlos....? Esses norteamericanos um dia me pagam o mal que fizeram aos países de terceiro mundo por causa do papa noel) e aturar criancinhas puxando minha barba e pedindo que raios de bombom é o chinoca.

....Já estou cansada das indiadas da minha mãe. Chega de chinoca, de barba, de garrafas pets espalhadas pelo quintal. Vou embora. Vou para pasárgada. Aqui não fico mais.