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22 outubro 2005

Quadro: Eu confesso meus pecados e sou temente

Malvada, 24 anos, viciada em diluentes

Sou tarada por esmaltes. Devo ter uns 40 frascos, no mínimo. Todos os tons de vermelhos, bordôs, cafés e berinjelas, meus favoritos. Aliás, os esmaltes berinjelas não são bem aceitos, o pessoal costuma criticar bastante quando uso esta cor. Mas é que ela combina com minha jaqueta predileta, que também é berinjela. Não vejo problemas com essa cor. Tem gente que anda de preto a vida toda. Coisa mais sem graça. Por que não posso usar roxo nas unhas então? Ah, foda-se o bom gosto.

Na linha dos claros, entram os brancos transparentes e os cor pele. Detesto rosa, acho a cor mais horrorosa de todas. Até o verde caganeira tem mais charme. Mas meu passado me condena: comprei um esmalte pink. Usei uma vez. Tenho também um rosa com glitter que ganhei de minha mãe, que não sabe nada dos meus gostos, e ele ta cheinho até hoje, guardado na repartição dos esmaltes toscos. Sou tão organizada com minhas unhas que guardo os referidos por categorias. Tem a categoria “eu amo”, com o café (da colorama), o rebu (risque), o carmim (risque) e o bordô (xuxa-impala). A outra sessão é “eu gosto”, com o berinjela (que na verdade se chama Carmem, e é da Risque), o preto (da contém 1g – o que é isso, um esmalte caro eu tenho que ter né???), o famosérrimo renda, o paris e o véu, ambos clarinhos. Em terceiro lugar estão os “eu comprei por impulso e uso quando a consciência dói”, que são os vermelhos mais claros, aqueles amarelados e um néon (discreto, mas néon).

Entrando na parte obscura da minha tara, estão os “uso quando estou de mau humor e quero morrer”, onde está pink e o misturinha (colorama), que é um dos esmaltes mais bizarros que já vi até hoje. Ele é tão feio, mas tão feio, que nem merece entrar na categoria dos horrorosos. Chegando ao fim de meu arsenal, está a temível repartição dos “prometo por deus nunca usar mas ganhei de presente e não posso jogar fora”, onde entra o rosa com glitter da minha mãezinha.

Quando vou nas lojas de cosméticos, procurando saciar minha vontade incontrolável de comprar mais frascos, sempre me deparo com a decepção: não vieram cores novas. Já tenho todos os vermelhos e cafés imagináveis. Droga. O mercado da esmaltaria não se renova há séculos. Acho que minha avó usava rebu.