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27 agosto 2005

Vizinhos 2 – O Boteco*

....No bairro tem um boteco. Aliás, todo o bairro que é bairro tem um. Como todos os outros, o nosso boteco é tosco. Tudo custa o dobro do preço e 80% das mercadorias são vencidas. O que não está vencido está meio aberto ou meio amassado. Deixa eu corrigir esta frase antes que minha antiga terapeuta leia (ela entra aqui...sabem...). O que não está vencido está meio fechado ou meio inteiro.

....Mas faz a alegria da plebaiada...início de mês o boteco incha. A dona chama-se Marli e trata seus clientes com um mau humor do cão. O marido a deixou quando descobriu ela no banheiro com o vizinho, um pedreiro bêbado que morava em frente. O Pretão, como é chamado, fez o muro lá de casa. Uma catástrofe. É mais torto que a garrafa de canha que a Marli vende e ele enche a cara todo o dia, antes de fazer suas artes na construção civil. Mesmo vendendo produtos de qualidade duvidosa, cachaça diluída e pão cacetinho congelado (sim, ela compra um grande estoque no mercado, congela e descongela aos poucos, para vender como se fosse pão fresquinho. Na verdade, não deixa de ser pão fresquinho...ahahhahaha), ela tem um negócio próspero. E tem sorte a desgraçada. Ao se separar, mal começaram as papeladas e negociação da divisão dos bens (além do botequim, eles tinham uma casa, um gato e um filho) e o idiota consegue ser atropelado de moto e morre.

* Mudei o nome dos personagens para não ser processada.