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02 agosto 2005

Política e Filosofia

....Este é o texto de um amigo meu, o Paulo. Espero que gostem, ele é um cara muito bom. Aposto nele.



Foi Voltaire Schilling que em um de seus excelentes artigos me apresentou ao filósofo Jean-Paul Sartre. Não vou posar de intelectual: antes que alguém me pergunte - não, eu não li nenhuma obra de Sartre, tudo que sei foi-me passado através de comentários de outros. Não tenho aqui a intenção de comentar sua obra. Apenas quero lembrar, nessa triste situação política no Brasil - onde a sujeira é tanta que dá vontade de desligar a TV e nem querer ouvir falar em política, certo comentário do autor. Mesmo ele, o homem que marcou o pensamento existencialista ( filosofia marcada pela preponderância da subjetividade humana, Sartre inclusive achava que os homens que obedeciam à dogmas de partidos, religiões, etc. estavam fugindo da responsabilidade de assumir seus atos), apesar de acreditar que o homem é livre para escolher seu caminho, afirmava também que ninguém pode ser livre num lugar cercado de escravos: onde não há liberdade para todos, não há liberdade para ninguém. Numa entrevista em 1964 (alíás, ano em que rejeitou receber o Prêmio Nobel de Literatura e distribuindo o dinheiro recebido entre diversas organizações revolucionárias) assegurou: “A política não é uma atitude que o indivíduo possa tomar ou abandonar segundo as circunstâncias, senão uma dimensão da pessoa. Na nossa sociedade, faça-se ou não política, já se nasce politizado: não pode haver vida individual ou familiar que não esteja condicionada pelo conjunto social de onde nós aparecemos e, por conseguinte, todo homem pode e deve atuar, ainda que seja para defender sua vida privada, sobre os grupos que o condicionam.”

Nós brasileiros sabemos como pode ser desagradável essa tarefa, mas dá prá dormir tranqüilo com essa merda toda acontecendo? Mas havemos de ter nossa revanche.

Paulo