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14 junho 2005

Estou em crize

....Um dos meus problemas é o nome. Elise é com “s” e não com “z”. Já pensei em fazer tatuagem, usar aquelas pulseirinhas ridículas com o nome, me benzer. Até hoje não fiz nada disso, a não ser repetir toda a vez que alguém pergunta: “qual teu nome” - Elise, mas elise é com “s”. Pior ainda é o sobrenome, “bozzetto com dois zes, por favor” e qual o instinto? Qual? Ahá.....bozeetto. Sim, aos invés de dois zes as pessoas SEMPRE escrevem dois es. Que ódio.

....Gramaticalmente é óbvio que elise é com s. Entre duas vogais a regra é clara, é sempre s na área. O mais coerente seria o contrário, se meu nome fosse elize e as pessoas errassem para elise. Sei que em nomes próprios não vale regra, mas porra! Que mania de enfiar z em tudo!

....E tem gente que parece fazer de propósito. Um professor me manda seguidamente e-mails, e meu e-mail é meu nome, é elise@...., e adivinha o que o energúmeno SEMPRE faz? Começa o e-mail com um monstruoso “Querida Elize”. Já perdi as contas de quantas vezes o corrigi. Atender o telefone é outro parto, todos acham que me chamo Denise. Não sei se tenho problemas de dicção ou se elise é realmente um nome tão difícil para todos. Tem um professor que até brinca, me perguntando se ninguém nunca me chamou de release (leia-se relise, uma pequena nota que as assessorias de imprensa enviam aos jornais).

....Tudo isso que descrevi é suportável, uma vez que sei que a culpa do meu nome é de meus pais, e não minha. Meu pai queria que meu nome fosse Zita. Isso mesmo. Minha mãe queria Eulália. Ainda bem que quando nasci eles mudaram de idéia e colocaram Elise, não é mesmo? Mas enfim, o que tenho para contar a vocês é altamente traumático, portanto, só continue a leitura quem realmente for forte, pois quando digo que o mundo se encaminha para o caos alguns fazem vista grossa, outros balbuciam algum xingamento, mas concordar poucos concordam.

....Ontem ao chegar em casa, esquentar um leitinho, preparar um ovo frito para meu sanduíche, me deparo com um papel de cobrança da minha mãe em cima da mesa. Como fazemos várias falcatruas juntas (avon, natura, lingerie) ela sempre precisa me cobrar para eu pagá-la, se assim ela não faz, misteriosamente eu esqueço de minhas contas. Mas enfim, ao pegar o bilhete na mão, meu coração gela, me arrepio toda e lágrimas confirmam que não existe mesmo salvação: minha mãe, minha geradora, a pessoa mais importante da minha vida, meu chão, meu porto seguro, minha companheira em velhacarias, a senhora dos provérbios, minha mãe, escreveu ELIZE. Quase morri. Minha vida toda passou pelos meus olhos e achei que fosse derreter e ficar igual àquele ovo frito horroroso escorrendo gordura no meu sanduíche. Caralho, minha mãe escreveu elize com z. Não tem mais salvação. A partir de agora, adotarei Malvada. Me chamem de Malvada, por favor. A Elize morreu. E antes que alguém me bata, o crise com z lá em cima é brincadeira.