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10 junho 2005

Do fim de tudo

....Estou lendo um livro muito interessante: “A palavra náufraga: ensaios sobre cinema”, de Antônio Gonçalves Filho. Antes que vocês pensem: “nossa, a Malva, que odeia tanto a sétima arte, lendo até literatura sobre...” eu explico: o livro pouco tem a ver propriamente com o cinema. Outra hora entro em mais detalhes. O assunto do dia são as bombas nucleares. Antônio Gonçalves Filho analisa no início do livro o filme “O dia seguinte”, que contaria a história do dia depois da explosão das bombas atômicas e a incrível sobrevivência de uma família, que fica refugiada no porão de sua casa, durante a explosão.

....Gonçalves Filho entrevista diversos cientistas sobre a possibilidade de sobrevivência depois da detonação das amadinhas de Reagan. E é claro que a unanimidade grita: não haverá dia seguinte. Se apenas 1% das bombas forem detonadas, a terra em 15 dias ficará escura e radioatividade matará tudo. Não sobrará nada, a não ser, segundo alguns, poucos organismos muito resistentes como algumas bactérias e tal. A crítica gira em torno do sentimento de conformidade que o filme gera, criando a expectativa que haverá possibilidade de salvação. Até por que mesmo que houvesse uma forma de sobreviver, os efeitos da radioatividade deformariam o ser humano, e surgiria uma nova criatura do homo sapiens.

....De qualquer forma, tudo é muito fácil de acontecer. Existem tantos loucos no poder... A humanidade não precisa de inimigos. Os ETs dos filmes de terror são fadas madrinhas perto da capacidade de destruição humana. Somos verdadeiros monstrinhos, e o mundo uma bomba relógio. Quanto dias faltam para o dia seguinte?