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28 maio 2005

Filosofia de almanaque

....Das lições que herdei de minha mãe tem uma que sempre me incomodou muito. A sabedoria não nego, nem duvido, mas não dá para ser assim. Ela diz: “Quem vence na vida não são os competentes, e sim os espertos”. Sei que isso é verdade. Mas meu orgulho não permite que eu admita, é como se o tempo todo eu estivesse querendo me vencer, provar que comigo vai ser diferente, que eu não preciso me utilizar de nada além de mim para conseguir o que quero. E tudo o que quero. Parece bater com a cabeça na parede, parece não? E de certa forma é. Mas eu vou continuar tentando. Orgulho? Auto-suficiência? Síndrome da vontade de potência? Ah, sim, isso tudo e muito mais. Um dos piores defeitos do ser humano esse de pensar que se pode vencer por si só. Mas eu vou tentar. Nem que para isso precise dar muitos passos a mais. Nem que eu não chegue lá.

....Coisa louca nossas paranóias. E num piscar de olhos parece que o mundo conspira para que deixemos nosso orgulho nos pés. É algo tão perfeito que parece mesmo trama. Mas é apenas ótica, comprovei. E cada vez que percebo o quanto é fácil ficarmos cegos diante de nosso umbigo, bato o pé, olho em frente, mas não dou o gosto de desistir, mesmo sabendo que, afinal, o que é mais um ser humano poluindo esse mundo caótico? Nada. Exatamente. Somos nada. Somos apenas o que pensamos que somos. E no meio de tudo está o incansável tempo a batucar a moleira e testar nossa paciência.

....Pode ser que um dia mude de idéia. Talvez deixe de ser turrona como sou. Mas até lá vou me divertir com as coisas que sou capaz de dizer em momentos de teste. Esta semana, após ouvir uma declaração imbecil de uma pessoa hierarquicamente besta, disse sem medos e sem censuras: “o que o dinheiro faz com as pessoas hein?”. E sigo lembrando a frase daquele pára-choque de caminhão o poder desgasta sobretudo quem não o tem.