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16 março 2005

Representar é preciso

....Delícia fazer teatro. Entrei num grupo este ano. Minha experiência nas artes cênicas são limitadíssimas: no ensino médio fiz a peça “Lisístrata”, de Aristófanes. Tá certo que não consegui assistir ao vídeo do teatro, pois não aguentava ouvir minha voz. Pode? Não, não pode. Irritar-se com o próprio timbre da voz é de morrer. Coitado do público, ainda mais coitado por eu ser a Lisístrata e ter a maior parte das falas.

....Na nova peça, “As Preciosas Ridículas”, de Molière, novamente fiquei de protagonista, mas desta vez, não foi por meus dotes artísticos ou pelos meus belos olhos verdes. Foi pela minha voz esganiçada. A professora falou assim ó: “Elise, tu vai ficar divina de Magdelon, se tu puder esganiçar ainda mais tua voz, vai ser lindo”. Pode? Não, não pode.

....Ainda bem que sou muito receptiva a críticas e me matei de rir da situação. Ela, como foi minha professora durante todo o ensino médio e ainda é em algumas cadeiras eletivas da faculdade, sabia que poderia me falar qualquer coisa. Mas foi uma situação no mínimo inusitada, todo o grupo ficou olhando apavorado, pensando que dali sairia um quebra pau, uma vez que tenho a fama, injusta por sinal, de ser uma mulher muito brava.


....Se na vida real muitas vezes é difícil representar, no palco faço o possível. É incrível a sensação de se estar vivendo outra pessoa, de tentar pensar como o personagem pensaria. Jamais terei a pretensão de ser uma atriz, muito pelo contrário, o amadorismo é mais fascinante que o profissional, sempre foi, mas não é hora de discutir os meus porquês. Representar é um prazer.