Free Image Hosting by www.randomcrap.net

11 novembro 2004

Coluna do Abnegadus

"Faça um pouco mais, tente..."

Este não é um teste de auto ajuda, e sim uma manifestação contraria a
todas as normas governantes das relações sociais. Minha indignação tomou
forma após ter lido o um jornal interno de uma empresa. Um ser iluminado
escreveu um texto ressaltando a importância de fazermos mais do que
nossa função, mais do que aquilo que normalmente fazemos; em suma:
vestir a camiseta e trabalhar de graça. Novamente vem a tona a idéia do
colaborador, o corinho subornidado que ganha pouco, trabalha como se
ganhasse muito e acredita que algum dia vai ganhar mais. Concordo com a
afirmação de que o dinheiro não é tudo, afinal, ele é feito somente de
papel e metal, e disso não passa. Não traz felicidade? Certo, mas manda
buscar. E os mijos? Escárnios? Escravidão?

Hipocrisia é uma característica do mundo corporativo. Só te cumprimentam
quando tens algo a dar, se podes trazer algum benefício ou para
simplesmente forjar uma situação de compaixão e preocupação. Fdps, vão
sfd. Sou um corinho e não acredito nas falsas promessaso de ascensão
profissional. Plano de carreira? Para quem? Ninguém chega lá - seja o
que for esse "lá" que nunca vi - sendo bonzinho, baixando a cabeça,
ouvindo e cumprindo ordens. Nem mesmo boas idéias são ouvidas e
recompensadas, somente plagiadas.

Todos querem meu sangue, teu sangue, nossas víceras. Só falta
entregarmos nossos órgãos para a empresa, darmos nossa consciência aos
patrões sangue-sugas e nossa vida ao mercado. Não somos colaboradores
porra nenhuma. Continuamos sendo escravos como a 100 anos atrás ou até
mesmo pior: antigamente a ferrolho e os grilhões eram vistos,
palpáveis, de madeira ou ferro. Hoje, a tortura mental faz o trabalho,
bem feito por sinal. Alienados, induzidos: porcos escrotos. O povo não
sabe a força que tem por não ter força alguma, apenas ar, simplesmente
ar, só vale enquanto respira. Morram, desgraçados, cortem seu pulsos.
Façam aquilo que não têm coragem para fazer. Estarão livrano o mundo de
mais um maníaco-depressivo, triste, infeliz, mero confiante no
crescimento apoiado na bondade e solidariedade. Queres meu jornal para
ler o texto? à vontade, use-o como bem quiser...


Por Abnegadus